Uma manifestação contra o Presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, começou hoje em Seul defronte da Assembleia Nacional da Coreia do Sul, antes da sessão parlamentar destinada a aprovar a demissão do chefe de Estado pela aplicação da lei marcial.
O protesto, em que participam plataformas civis e políticas, bem como a Confederação Coreana de Sindicatos (KCTU), o maior grupo sindical do país, começou às 15:00 locais (06:00 em Lisboa) em frente à sede do órgão legislativo e no meio de um grande dispositivo de segurança.
Alguns dos grupos participantes, incluindo a confederação sindical, reuniram-se noutras zonas da capital antes do protesto geral e deslocaram-se para a Assembleia no que designaram por "Marcha Nacional de Vigília", que poderá prolongar-se pela tarde e pela noite, dependendo dos resultados da votação de hoje.
O protesto envolve cidadãos vindos de outras partes do país em viagens organizadas por associações civis ou grupos sindicais, enquanto no distrito de Yeouido, onde se situa a Assembleia, centenas de polícias foram destacados para evitar incidentes.
Segundo a agência noticiosa local Yonhap, um homem de 50 anos foi detido no início da manifestação depois de ter tentado fazer-se explodir junto à Assembleia Nacional e teve de ser hospitalizado, desconhecendo-se o seu estado de saúde.
Devido à grande afluência de pessoas, o operador do metro informou que os comboios não irão parar durante as próximas horas nas duas estações mais próximas do Parlamento.
A votação da moção de destituição de Yoon, uma iniciativa parlamentar apresentada pela oposição, que tem a maioria no parlamento sul-coreano, está prevista para as 17:00 locais (08:00 GMT).
A chave da votação será a disciplina dos deputados do Partido do Poder Popular (PPP) de Yoon. Embora o PPP tenha aprovado a linha política de apoiar o Presidente para se manter no poder, as principais vozes do partido também criticaram Yoon por ter recorrido na terça-feira a uma medida tão extrema sem justificação.
O líder do partido, Han Dong-hoon, apelou na véspera à "suspensão imediata do Presidente do cargo, com vista a proteger a República da Coreia, nome oficial do país, e o seu povo.
Hoje, afirmou que a "demissão antecipada" de Yoon era "inevitável", acrescentando que o partido iria deliberar sobre a melhor forma de proceder antes da votação parlamentar.
As declarações de hoje foram feitas depois de Yoon ter pedido desculpa "por ter causado preocupação e incómodo ao público", num discurso em que também disse que deixava ao seu partido a responsabilidade de "estabilizar a situação política, incluindo o seu mandato".