Forças russas recuperam aldeias de Kursk em contra-ataque a exército ucraniano

por Lusa

As forças russas reconquistaram várias aldeias na região de Kursk, após um contra-ataque em grande escala no território que o exército ucraniano invadiu a 06 de agosto, segundo a imprensa russa.

De acordo com o portal Meduza, as tropas russas recapturaram, em particular, a aldeia de Snagost, situada a cerca de seis quilómetros da atual linha divisória entre as duas partes.

Bloguistas militares russos também estão a escrever sobre os sucessivos ataques russos à retaguarda inimiga.

Entretanto, o canal Telegram Mash afirma que os russos conseguiram expulsar as forças ucranianas da aldeia de Goedeevka e estão a atacar nas proximidades de Apanasovka e Martinovka.

O projeto Deep State, próximo do Ministério da Defesa ucraniano, referiu uma "deterioração da situação no flanco esquerdo do agrupamento ucraniano em Kursk" e uma intensificação dos ataques a Snagost.

Até à data, o Ministério da Defesa russo não comentou as informações sobre a sua contraofensiva em Kursk.

Entretanto, Apti Alaudinov, vice-chefe da Direção Político-Militar das Forças Armadas Russas, disse hoje que a situação é "boa" e que as tropas iniciaram uma ofensiva no "flanco direito" de Kursk e recapturaram 10 localidades.

As autoridades russas indicaram hoje que mais de 150.000 pessoas foram retiradas das zonas fronteiriças da região de Kursk até agora, na sequência da ofensiva ucraniana.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.

Nas últimas semanas, as tropas russas, mais numerosas e mais bem equipadas, prosseguiram o seu avanço na frente oriental, apesar da ofensiva ucraniana na Rússia, na região de Kursk.

As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território.

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