Timor-Leste regista níveis "alarmantes" de fome, uma situação que se agravou nos últimos anos, e é o segundo pior classificado entre 107 países, a seguir ao Chade, segundo a última edição do Índice Global da Fome (IGF).
Notando que a situação se agravou em Timor-Leste, os autores do relatório explicam que isso se deve a "uma série de fatores que tem contribuído para a insegurança alimentar crónica em Timor-Leste".
Entre os fatores destaca a produtividade agrícola baixa, um consumo alimentar inadequado, "tanto em quantidade como qualidade", e a dependência de muitos timorenses em estratégias "únicas de baixo valor de subsistência".
"A infraestrutura básica de saneamento, água limpa, estradas, irrigação, escolas e saúde é pobre, como também é baixo o nível de capital financeiro e humano do país", refere.
"Os riscos climáticos têm também tido impactos negativos", refere.
De particular preocupação é a desnutrição infantil, "com mais de metade das crianças a sofrer de desnutrição crónica e quase 15% das crianças a sofrer debilitação", nota o estudo.
O Índice anual, da autoria das organizações Weit Hunger Hilfe e Concern Worldwide, e que inclui a participação de especialistas da Chatham House e do European Centre for Development Policy Management, procura de forma "abrangente medir e rastrear a fome em global, regional e nacional".
Timor-Leste registou uma melhoria entre 2006 e 2012, passando de um índice de 41,4 para 34,6, porém a situação piorou nos últimos anos, com o país a cair para 37,6, o segundo pior classificado e o único de três com níveis "alarmante" de fome.
Em termos regionais -- englobando o sul, leste e sudeste asiático -, Timor-Leste tem a pior classificação, sete pontos acima do Afeganistão, e mais de 10 acima da média.