Em direto
Guerra na Ucrânia. A evolução do conflito ao minuto

Finlândia torna-se 31.º membro da NATO. Rússia reitera que risco de conflito é maior

por Inês Moreira Santos, Carlos Santos Neves - RTP
Bandeiras da Finlândia e da NATO hasteadas diante do edifício do Ministério finlandês dos Negócios Estrangeiros, em Helsínquia Antti Hamalainen - Lehtikuva via Reuters

No dia em que a Finlândia entra para as fileiras da Aliança Atlântica, cabe ao ministro russo da Defesa redobrar os avisos de Moscovo para as possíveis consequências desta histórica expansão da NATO. Sergei Shoigu e Dmitry Peskov afirmam que quer a adesão dos finlandeses, quer o reforço da prontidão de combate dos aliados ocidentais agravam o risco de um conflito à escala mundial.

Na segunda-feira, depois de o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, ter anunciado para hoje a oficialização da entrada da Finlândia na Aliança Atlântica, o vice-ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Alexander Grushko, fizera já saber que Moscovo tencionava robustecer a capacidade bélica nas regiões do oeste e noroeste da Rússia.O ministro russo da Defesa quis deixar claro que a adesão da Finlândia "potencia os riscos de uma expansão significativa do conflito" na Ucrânia. Contudo, ressalva que não afeta o resultado da "operação militar especial" no território ucraniano.

Com a adesão da Finlândia a oficializar-se, Sergei Shoigu reafirmou que o esforço da NATO para aumentar a força de combate aumenta também o risco de conflito. Moscovo assumiu, portanto, que se vê obrigada a tomar "contramedidas" para garantir a segurança da Rússia em resposta à adesão da Finlândia à aliança militar.


| Ministério da Defesa da Rússia via Reuters

Por sua vez, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, classificou a decisão de Helsínquia de ingressar no bloco como uma "invasão" na segurança russa, acusando ao mesmo tempo a NATO de ser hostil com a Rússia. Para Moscovo, trata-se sobretudo de "mais um agravamento da situação".

“O alargamento da NATO é um atentado à nossa segurança e aos nossos interesses nacionais”
, declarou à imprensa, acrescentando sem mais pormenores que a Rússia foi forçada a “tomar contramedidas” .

"Vamos seguir cuidadosamente o que está a acontecer na Finlândia (...) e como isso nos ameaça. Serão tomadas medidas de acordo com isso", acrescentou Peskov.

A Finlândia, segundo o porta-voz do Kremlin, "nunca se tornou anti-russa e não tivemos nenhuma discussão". Mas a adesão à NATO "só pode afetar a natureza das nossas relações", porque a Aliança "é uma organização hostil com a Rússia".
Moscovo queria menos NATO

Ao contrário da maioria dos países, Helsínquia continuou a investir na Defesa depois do período da Guerra Fria (1947 a 1991) e Jens Stoltenberg fez questão de referir isto, repetindo que o Kremlin “queria menos NATO, mas vai ter, precisamente, o oposto”.
No contexto da guerra na Ucrânia, Helsínquia pediu a adesão à NATO e o processo foi o mais rápido de sempre, decisão que não foi alheia ao facto de o país nórdico ter a maior fronteira terrestre com a Rússia. A partir de agora, esta é uma fronteira da NATO.

Recorde-se que Vladimir Putin tinha dito, no início do conflito, que queria "as fronteiras da NATO o mais longe possível da Rússia.


Nas primeiras declarações desta terça-feira, antes da reunião em Bruxelas, Jens Stoltenberg ressalvou que o presidente russo queria "menos NATO nas suas fronteiras" mas "está a conseguir precisamente o contrário".

"A Finlândia agora está segura", disse ainda o secretário-geral da NATO.

"Juntos, os Aliados da NATO representam 50 por cento do poder militar mundial. Portanto, enquanto estivermos unidos, protegendo-nos uns aos outros e fazendo isso com credibilidade, não haverá ataque militar contra um aliado da NATO".

"É um grande dia para a Finlândia", afirmou o ministro finlandês da Defesa. "Também é uma coisa boa para a NATO", acrescentou Antti Kaikkonen.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO reúnem-se esta terça-feira no quartel-general da Aliança Atlântica, em Bruxelas, para discutir o apoio conjunto à Ucrânia, no mesmo dia em que a Finlândia se torna o 31.º aliado.

c/ agências
PUB