A primeira-ministra da Finlândia, Sanna Marin, disse hoje que o seu país tentará chegar a um consenso "o mais amplo possível" nos próximos meses sobre um eventual pedido de adesão à NATO.
Marin explicou que o seu Governo está a preparar um relatório sobre as diferentes opções em relação à política externa e de segurança da Finlândia, país que, como a Suécia, está associado à NATO, mas não é membro efetivo.
O objetivo é apresentar este relatório dentro de algumas semanas no Eduskunta (Parlamento finlandês), onde os diferentes partidos políticos realizarão um "debate exaustivo" ao longo desta primavera, explicou a primeira-ministra.
"Estamos numa fase em que estamos a tentar chegar a um consenso nacional neste ambiente de política de segurança em mudança, incluindo questões que têm a ver com a candidatura de adesão à NATO", disse Marin.
A sua homóloga sueca, Magdalena Andersson, recusou-se a iniciar um debate semelhante no Parlamento de Estocolmo, na terça-feira, argumentando que se a Suécia apresentar um pedido de adesão à Aliança "contribuirá para desestabilizar a situação" e aumentar as tensões com a Rússia.
Marin sublinhou que a Finlândia não vai ignorar esta questão, porque entre a população há preocupação e medo pelo facto de a Rússia, país com o qual compartilha uma longa fronteira, ter invadido outro país vizinho (Ucrânia).
"Faremos uma avaliação ampla das implicações de uma candidatura de adesão à NATO. Devemos ter em mente que não solicitar a adesão também é uma escolha e também tem as suas consequências", explicou a chefe de Governo finlandesa, acrescentando que o seu executivo está disposto a aumentar o seu orçamento de Defesa em centenas de milhões de euros.
Sobre a imposição de novas sanções a Moscovo pela União Europeia (UE), em resposta à invasão russa da Ucrânia, medida aprovada hoje pelos 27 países-membros, Marin assegurou que a Finlândia apoia a extensão da desconexão do sistema de transferências financeiras a todos os bancos russos.
Por outro lado, o Governo finlandês opôs-se ao lançamento de um novo instrumento da UE para emitir dívida conjunta para financiar gastos com Defesa e Energia, em consequência da crise na Ucrânia.