O primeiro-ministro finlandês acusou a Rússia de estar a permitir que migrantes ilegais atravessem a fronteira para a Finlândia, numa tentativa deliberada de desestabilizar o país vizinho e à qual Helsínquia está a considerar responder com a restrição do tráfego e encerramento de postos na fronteira finlandesa-russa, anunciou esta terça-feira Helsínquia.
Face ao aumento do número de imigrantes ilegais, o primeiro-ministro finlandês Petteri Orpo disse esta terça-feira numa conferência de imprensa que a Rússia tinha mudado a sua prática, acusando Moscovo de permitir deliberadamente o acesso de pessoas à fronteira sem os documentos de viagem necessários.
Após a adesão da Finlândia à NATO, em abril deste ano, o Kremlin prometeu tomar "contra-medidas" por considerar a expansão da aliança ocidental um "ataque à seguntança da Rússia". "É evidente que estas pessoas são ajudadas e estão a ser escoltadas ou transportadas para a fronteira por guardas fronteiriços", afirmou Orpo.
Segundo Petteri Orpo, do partido conservador Coligação Nacional, “a mensagem do Governo (finlandês) é clara: queremos garantir a segurança das nossas fronteiras”. O Ministério do Interior foi assim incumbido da missão de “preparar uma proposta de medidas restritivas” ao abrigo da Lei de Passagem de Fronteiras.
"O Governo pode decidir restringir o tráfego fronteiriço ou encerrar os postos fronteiriços", acrescentou a ministra finlandesa do Interior.
Mari Rantanen, ministra do Interior, explicou que “o número de requerentes de asilo aumentou nos últimos meses na fronteira oriental do país”, de acordo com os dados da guarda fronteiriça finlandesa.
Apesar de o número permanecer “relativamente baixo”, a ministra considerou ainda assim que “aumentou significativamente num curto período de tempo" e que "houve mudanças nas nacionalidades das chegadas".
A maioria dos migrantes que chegam sem documentos à Finlândia são provenientes do Médio Oriente e de África, nomeadamente Iraque, Somália e Iémen, afirmou aos jornalistas Mikko Lehmus, chefe da unidade de análise da Guarda de Fronteiras finlandesa. Lehmus disse ter notado uma mudança de perfil dos migrantes "no final do verão".
Após o início da guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022, a Finlândia registou um aumento das chegadas à sua fronteira com a Rússia de pessoas sem visto, principalmente russos e ucranianos.
No final do mesmo ano, a Finlândia revelou planos para construir uma vedação de 200 quilómetros ao longo da fronteira com a Rússia. A conclusão está prevista para 2026.
c/agência France Presse
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