"Fim da trégua olímpica". Quando é que Macron vai nomear um novo primeiro-ministro?

por Rachel Mestre Mesquita - RTP
"A mensagem enviada pelos franceses é muito coerente com os Jogos Olímpicos: trabalhar em conjunto", afirmou Macron. Alain Jocard - EPA

Os Jogos Olímpicos de Paris permitiram aos franceses e a Emmanuel Macron adormecer a crise política em que o país estava mergulhado há duas semanas na sequência da dissolução da Assembleia da República, a 9 de junho, e do resultado das últimas eleições legislativas de junho e julho. Apesar do sucesso da organização e da coleção de medalhas olímpicas conseguidas pelos atletas franceses, o país continua sem um primeiro-ministro, que deverá ser nomeado nos próximos dias.

Chegou ao fim a "trégua olímpica e política" pedida por Emmanuel Macron na véspera do início dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 e o momento do chefe de Estado tirar as consequências das eleições legislativas e provavelmente proveito do sucesso do evento que, segundo afirmou esta manhã, "mostrou a verdadeira face de França".

"Nós, que vivemos durante mais de duas semanas num país onde tivemos a sensação de que o ar era mais leve não queremos que a vida volte a ser como era", afirmou Macron, esta segunda-feira de manhã, 12 de agosto, no dia seguinte à cerimónia de encerramento.

Num discurso nos jardins do Palácio do Eliseu em que recebeu os atletas olímpicos franceses o presidente francês não só saudou o sucesso do evento como deixou várias mensagens políticas ao país e aos seus líderes políticos.  "O espírito dos Jogos mostra-nos uma coisa muito simples: quando estamos todos juntos, somos imbatíveis", afirmou Macron, que já tinha pedido noutras ocasiões responsabilidade política para resolver o impasse político do país.

Nomeadamente na entrevista dada ao jornal francês L'Équipe, no domingo, em que sublinhou que "a mensagem enviada pelos franceses é muito coerente com os Jogos Olímpicos: trabalhar em conjunto. Foi o que disseram às forças políticas" nas eleições antecipadas de 30 de junho e 7 de julho.

Recorde-se que numa carta dirigida aos franceses, no dia 10 de julho, o presidente de França considerou que "ninguém ganhou"  as eleições e apelou "a todas as forças políticas" para que estabelecessem "um diálogo sincero e leal, a fim de construir uma maioria sólida, necessariamente plural, para o país". Nas últimas duas semanas em que o país acolheu o maior evento desportivo mundial Macron deu "um pouco de tempo às forças políticas para que possam chegar aos compromissos de uma forma clara e respeitosa". 



O Eliseu tinha indicado meados de agosto como data para anunciar o nome do novo primeiro-Ministro francês que sucederá a Gabriel Attal e para já são vários os nomes em cima da mesa.

À esquerda, a candidata da Nova Frente Popular, que ficou em primeiro lugar nas eleições legislativas, é Lucie Castets, mas o nome de Bernard Cazeneuve, antigo primeiro-ministro de François Hollande, também tem surgido nos últimos dias. Já do outro lado do espetro político têm circulado muitos nomes, nomeadamente o de Xavier Bertrand.

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