As autoridades filipinas disseram hoje estarem "seriamente preocupadas" com as informações de que a China começou a desenvolver terras desocupadas nas águas disputadas do mar do Sul da China.
Novas ilhas artificiais foram vistas ao redor do disputado arquipélago das Spratleys, onde tem sido avistada nos últimos anos uma embarcação chinesa com uma escavadora hidráulica, de acordo com a agência Bloomberg, que cita imagens de satélite de autoridades dos Estados Unidos.
"Estamos seriamente preocupados que tais atividades violem a Declaração sobre o Código de Conduta no Mar do Sul da China sobre a restrição e a decisão arbitral de 2016", reagiu o Ministério dos Negócios Estrangeiros das Filipinas na terça-feira.
No entanto, a embaixada da China em Manila denunciou "notícias falsas".
Pequim reivindica a quase totalidade da área navegável, pela qual passam milhares de milhões de dólares de comércio todos os anos.
A China está a ignorar a decisão do Tribunal Permanente de Arbitragem, em Haia, na Holanda, de que as reivindicações históricas de Pequim não têm fundamento.
A declaração do ministério filipino surgiu uma semana depois de Manila ter acusado Pequim de, em novembro, apreender "à força" destroços de um foguetão chinês recuperado por um navio da marinha filipina.
A embaixada chinesa em Manila negou o uso da força e disse que a carenagem do foguetão tinha sido devolvida, depois de uma "consulta amigável".
Na semana passada, as autoridades da Defesa das Filipinas tinham também manifestado "grande preocupação" com um relatório que verificava a presença de numerosos navios chineses no recife de Iroquois e Sabina Shoal, ambos reivindicados por Manila.
"A diretiva" do Presidente filipino, Ferdinand Marcos, "é clara", anunciou o secretário da Defesa, Jose Faustino, na sequência do incidente: "não abdicaremos de um único centímetro quadrado de território filipino".
O porta-voz do Departamento de Estado norte-americano expressou esta semana apoio às Filipinas no que diz respeito aos dois incidentes, apelando à China para "respeitar o direito internacional".
A embaixada chinesa em Manila reagiu na terça-feira, acusando Washington de utilizar a disputa para "semear confusão". A representação diplomática reconheceu divergências com Manila, mas não abordou diretamente as questões.
Apesar de outros países também terem afirmado a presença nestas águas disputadas, a China tem tido uma postura mais agressiva, com a militarização das ilhas com pistas de aterragem, portos e sistemas de radar.