Filial de banco estatal chinês reclama liquidação contra a Shimao

por Lusa
A filial de banco estatal chinês reclama liquidação do promotor imobiliário Shimao Reuters

A filial de Hong Kong do banco estatal chinês China Construction Bank apresentou nos tribunais da região semiautónoma um pedido de liquidação contra a promotora de imobiliário chinesa Shimao, informou a empresa.

O pedido é relativo a uma obrigação no valor de cerca de 201,8 milhões de dólares (cerca de 186,3 milhões de euros), detalhou o grupo.

Em comunicado enviado à Bolsa de Valores de Hong Kong, onde está cotada, a empresa informou que a referida filial, a CCB Asia, apresentou o pedido no dia 5 de abril e disse que "opor-se-á vigorosamente" ao mesmo, enquanto continua a tentar chegar a um acordo de reestruturação com os seus credores "offshore".

Embora vários promotores chineses tenham enfrentado processos semelhantes, o caso da Shimao destaca-se por ser um banco estatal a iniciar as ações judiciais.

Nos casos de gigantes do setor como a Evergrande ou a Country Garden foram os credores estrangeiros que iniciaram os processos.

A Country Garden vai ter a primeira audiência a 17 de maio, mas os tribunais de Hong Kong decidiram contra a Evergrande no final de janeiro.

Isto abriu um processo incerto para saber se a ordem de liquidação vai ser reconhecida na China continental, onde o grupo tem a maior parte dos seus ativos, uma vez que o sistema judicial da antiga colónia britânica é separado do da China em virtude do seu estatuto semiautónomo.

As ações da Shimao em Hong Kong afundaram quase 15% a meio da sessão de hoje na Bolsa de Valores de Hong Kong, aprofundando uma queda de 37% desde o início do ano e de quase 99% desde o pico estabelecido em agosto de 2020.

A promotora anunciou há duas semanas que apresentou propostas aos credores para reestruturar 11,7 mil milhões de dólares (10,8 mil milhões de euros) de dívida emitida nos mercados internacionais através de quatro opções diferentes: obrigações de curto prazo, obrigações de longo prazo, títulos de capital convertível ou uma combinação destes instrumentos.

O plano limitava a emissão de obrigações de curto prazo até seis anos a três mil milhões de dólares (2,76 mil milhões de euros) e a emissão de títulos de longo prazo até nove anos a quatro mil milhões de dólares (3,69 mil milhões de euros).

 

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