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Ferro Rodrigues eleito presidente da Assembleia da República

por RTP
Miguel A. Lopes - RTP

A votação decorreu esta sexta-feira, no dia em que os novos deputados tomaram posse na Assembleia da República. Ferro Rodrigues foi reeleito com 178 votos favoráveis, 44 em branco e 8 nulos, entre os 230 deputados. Era o único candidato ao cargo.

Eduardo Ferro Rodrigues foi aplaudido de pé quando os resultados foram comunicados aos deputados. Será a segunda legislatura em que está nestas funções. Há quatro anos, foi eleito com 120 favoráveis, mas nesse ano o PSD apresentou um candidato, Fernando Negrão, que recolheu 108 votos.

Ferro Rodrigues é o terceiro presidente da Assembleia da República a ser reconduzido na função. Agradeceu a "confiança renovada e multiplicada" e garante que vai tentar "continuar a ser o presidente de todas e todos os deputados".

No discurso que se seguiu à votação, o socialista alertou para a necessidade de uma “cultura de diálogo” no Parlamento, fruto do resultado das legislativas em que a Assembleia da República passa a contar com dez partidos e um partido do Governo reforçado, mas sem maioria absoluta.

Os portugueses não quiseram uma maioria absoluta porque perceberam que ela não é a única via para a estabilidade política e querem acreditar que assim é. Todos terão de estar à altura das suas responsabilidades e do mandato que os portugueses lhe conferiram. Ninguém se deve por de fora de uma cultura de diálogo, seja para a aprovação das leis, seja na discussão dos desafios estratégicos que Portugal enfrenta. É essa a atitude de abertura que os portugueses esperam do governo e dos partidos representados na Assembleia da República”, afirmou.


Ferro Rodrigues realçou que essa exigência é ainda maior face à conjuntura internacional. “Temos de fazer o nosso trabalho de casa para enfrentarmos os riscos económicos e sociais das guerras comerciais, do abrandamento económico e do Brexit”, afirmou, num discurso em que por diversas vezes estava visivelmente emocionado e com a voz embargada.

Ferro lembrou a importância quer do Governo, quer da oposição. "A ação governativa será tanto melhor quanto melhor for o trabalho de escrutínio e de alternativa das oposições. O pior que podia acontecer à democracia era a oposição ser exercida por poderes fácticos ou inorgânicos, dos quais não resulta nenhuma alternativa política ou nenhum benefício democrático", acrescentou.

O novo presidente da Assembleia da República realçou ainda os desafios da presidência da União Europeia, que "funciona demasiadas vezes como bode expiatório das insuficiências e opções nacionais".

Para Ferro, um dos grandes desafios é a criação de um pilar europeu dos direitos sociais a nível da União Europeia e, noutro patamar mais abrangente, a questão climática. Anunciou que vai entregar à conferência de líderes um programa de iniciativas sobre este tema para toda a legislatura.



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