Fatah rejeita proposta de comité de governo independente em Gaza

por Lusa

A organização política Fatah, que chefia a Autoridade Nacional Palestiniana, recusou hoje a proposta sobre a criação de um comité de governo independente em Gaza, cujas negociações terminaram hoje no Cairo.

A informação foi confirmada à agência noticiosa EFE por fontes do Hamas, nomeadamente Basem Naim, do gabinete político do grupo islamita, segundo o qual a Fatah "insistiu em alargar o trabalho do primeiro-ministro Muhammad Mustafa em Gaza".

Sem detalhar as razões que levaram à rejeição das negociações, a Fatah referiu, em comunicado, que a proposta de criação de um comité governamental "promove a divisão".

"A alternativa [ao comité] é que a Organização para a Libertação da Palestina assuma a total ação política", sublinhou a Fatah, referindo que não tenciona fechar os canais de negociação com o Hamas.

Na semana passada, fontes palestinianas diziam à agência Associated Press que a Fatah e o Hamas estariam a aproximar-se de um acordo para nomear um comité de tecnocratas politicamente independentes para administrar a Faixa de Gaza após a guerra.

Segundo a agência de notícias norte-americana, o acordo poderia vir a limitar o domínio do Hamas e a contribuir para o avanço das conversações de um cessar-fogo com Israel na Faixa de Gaza.

As fações palestinianas rivais tentaram a reconciliação em várias ocasiões desde que o Hamas tomou o poder em Gaza em 2007.

O Hamas desencadeou a guerra com o ataque a Israel em 07 de outubro de 2023, no qual militantes palestinianos mataram cerca de 1.200 pessoas, na maioria civis, e raptaram cerca de 250. Cerca de 100 reféns permanecem em Gaza.

 A ofensiva de retaliação de Israel matou mais de 44 mil palestinianos, na maioria mulheres e crianças, de acordo com as autoridades sanitárias locais, que não indicam quantos dos mortos eram combatentes.

A ofensiva arrasou grande parte do território costeiro e deslocou a maioria dos mais de dois milhões de habitantes.

Tópicos
PUB