A organização das famílias de reféns raptados pelo Hamas instou hoje o primeiro-ministro israelita a transformar o "feito militar" da morte do líder desta milícia num sucesso "diplomático", com um acordo "imediato" para libertar as pessoas ainda em cativeiro.
O Fórum das Famílias dos Reféns congratulou-se com as informações sobre a morte do líder do Hamas, na Faixa de Gaza, salientando que Yahya Sinouar foi "o cérebro do maior massacre" de sempre em Israel, que terminou a 07 de outubro de 2023 com cerca de 1200 mortos e 250 raptados, salientou o Fórum.
A organização reconheceu que a morte de Sinouar é um marco "significativo", mas aproveitou a oportunidade para expressar a sua "grande preocupação" com os "101 homens, mulheres e crianças" que continuam reféns, alguns dos quais se pensa estarem mortos.
O apelo à sua libertação é dirigido não só ao governo israelita, mas também aos líderes mundiais e aos países que medeiam com o Hamas.
Israel confirmou hoje que matou o principal líder do Hamas e mentor dos ataques de 07 de outubro, Yahya Sinouar, o homem mais procurado do grupo islamita palestiniano na ofensiva israelita na Faixa de Gaza.
Logo após a declaração do chefe da diplomacia de Israel, o Exército e os serviços de informação nacionais (ISA) emitiram um comunicado em que "confirmam que, após uma perseguição de um ano, ontem [quarta-feira], 16 de outubro de 2024, os soldados do Exército israelita eliminaram Yahya Sinouar, o líder da organização terrorista Hamas durante uma operação no sul da Faixa de Gaza".
Yahya Sinouar representava a linha mais dura e beligerante do Hamas e era considerado por Israel o mentor dos ataques de 07 de outubro de 2023 em território israelita, nos quais morreram cerca de 1.200 pessoas e outras 250 foram raptadas.
Este ataque, que desencadeou a atual guerra na Faixa de Gaza, tornou-o no homem mais procurado por Israel desde então e ao longo da sua ofensiva em grande escala no enclave palestiniano, que já matou mais de 42 mil pessoas, na maioria civis, segundo o Governo local controlado pelo Hamas.
Sinouar terá planeado cuidadosamente os ataques de 07 de outubro juntamente com o chefe das Brigadas al-Qasam, o braço armado do Hamas, Mohamed Deif, assassinado num ataque israelita em junho passado em Mawasi, no sul da Faixa de Gaza.
Antigo comandante de elite nas Brigadas Al-Qassam, procurado por Israel e também incluído pelos norte-americanos na sua lista de terroristas internacionais, Yahya Sinouar movia-se no maior segredo e não surgia em público desde 07 de outubro.
No passado, Israel assassinou vários líderes do Hamas: o fundador do grupo, o Xeque Ahmed Yasin, em cadeira de rodas, em março de 2004, e o seu sucessor, Abdelaziz Rantisi, menos de um mês depois, bem como dois outros líderes do braço armado do grupo islamita, Salah Shehade (2002) ou Ahmed Yabari (2012).
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou hoje, ao reconfirmar a morte do líder do Hamas, que Israel "acertou as suas contas" com Yahya Sinouar, salientando, porém, que "a guerra ainda não terminou".
Numa intervenção transmitida em direto pela televisão, Netanyahu afirmou que a morte de Sinouar é "um passo importante" no declínio do Hamas. "O mal sofreu um duro golpe" com a morte de Sinouar, acrescentou Netanyahu, para quem hoje "é o início do dia depois do Hamas".
"Gostaria de repetir, da forma mais clara: o Hamas não governará mais Gaza. Este é o início do dia depois do Hamas e esta é uma oportunidade para vocês, residentes de Gaza, finalmente se libertarem da sua tirania", declarou Netanyahu.