Falta de alimentos na Coreia do Norte. Kim Jong-un ordena "mudança radical" na agricultura
O líder norte-coreano instou esta terça-feira as estruturas do regime a cumprirem as metas de produção de cereais. Ao segundo dia de plenário do Partido Comunista, Kim Jong-un exigiu uma "mudança radical" na produção agrícola para que o país alcance um "desenvolvimento estável".
Entre relatos de escassez de alimentos e alertas sul-coreanos para uma situação alimentar grave no Norte, Kim Jong-un vem argumentar que as mudanças das práticas agrícolas têm de estabelecer a “base para um desenvolvimento estável e sustentado”.
De acordo com a KCNA, Jong-un destacou a importância de atingir as metas de produção de cereais.
“Kim expressou a firme determinação e vontade do Comité Central do Partido de provocar uma mudança revolucionária na produção agrícola sem falta, afirmando que nada é impossível quanto um sistema de liderança forte for estabelecido em todo o Partido e houver o poder unido de todas as pessoas”, indicou a agência de notícias estatal.Por detalhar ficaram as medidas que o Governo irá tomar, mas o líder da Coreia do Norte vincou que as mudanças terão de acontecer nos próximos anos.
No discurso inaugural do plenário que começou na segunda-feira, Jong-un mencionou a “importância do crescimento das forças produtivas agrícolas” como garante da construção socialista, acrescentou a KCNA.
Fome a Norte do paralelo 38
Este dossier tem vindo a ser sublinhado, nas últimas semanas, por Kim Jong-un. Faz parte da agenda discutida no plenário do Partido Comunista, a decorrer esta semana em Pyongyang.
O pedido o líder norte-coreano surge depois de a vizinha Coreia do Sul, através do Ministério da Unificação, ter avançado com um alerta para uma situação alimentar "grave" e relatos de mortes por fome.
No mês passado, um relatório norte-americano, produzido pelo think tank 38 North, descreveu que o ciclo de colheitas de 2020-2021 da Coreia do Norte “provavelmente falhou em satisfazer as necessidades humanas mínimas”. Pelo que o país estaria à beira da fome.
“As evidências apresentadas até agora apontam para uma deterioração significativa nas condições de vida e uma emergência humanitária complexa em curso, com insegurança alimentar no território”, analisou o relatório, citado na Al Jazeera.
A Coreia do Norte está sob rígidas sanções internacionais por causa dos programas de armas nucleares e mísseis balísticos, o que implica que a economia se veja cada vez mais asfixiada. Somam-se os bloqueios de fronteira auto-impostos com o objetivo de interromper os surtos de covid-19.
“A solução de longo prazo para a insegurança alimentar crónica da Coreia do Norte reside em parte na resolução da questão nuclear – potencialmente trazendo alívio significativo das sanções económicas, juntamente com uma posição menos militarista bem como a retoma do comércio com os EUA e aliados”, acrescentou o relatório do 38 North.
O jornal oficial da Coreia do Norte Rodong Sinmun reiterou, na semana passada, a necessidade de uma maior autossuficiência económica do país e criticou a aceitação de ajuda vinda de "imperialistas", comparando a oferta externa a "doces envenenados".
O jornal oficial da Coreia do Norte Rodong Sinmun reiterou, na semana passada, a necessidade de uma maior autossuficiência económica do país e criticou a aceitação de ajuda vinda de "imperialistas", comparando a oferta externa a "doces envenenados".
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