Ryan Routh, de 58 anos, terá escrito há alguns meses uma carta a descrever uma "tentativa de assassinato" e a oferecer uma recompensa pela morte de Donald Trump, revelaram esta segunda-feira os procuradores responsáveis pela investigação.
"Caro mundo. Esta era uma tentativa de assassínio de Donald Trump, mas falhei-vos", escreveu o suspeito. "Tentei o meu melhor com toda a coragem que pude".
"Cabe-vos agora cumprir a tarefa. Ofereço 150 mil dólares a quem puder fazer o trabalho", acrescentou.
A carta, escrita vários meses antes de 15 de setembro e endereçada "ao mundo", poderá ajudar a provar a intenção de Routh no caso.
De acordo com os elementos revelados pelos procuradores, os registos do telemóvel do suspeito indicam a sua presença nas vizinhanças de torres de comunicação perto do campo de golfe internacional de Trump, onde decorreu a tentativa de assassinato, e da sua casa em Mar-a-Lago, entre os dias 18 de agosto e 15 de setembro, o que pode implicar operações de vigilância.
Routh foi indiciado para já por posse ilegal de arma de fogo enquanto cadastrado e por posse de arma de fogo com número de série obliterado. São esperadas novas acusações. A procuradoria pede que ele fique sob detenção até ao seu julgamento.
Ryan Routh foi intercetado por um agente do Serviço Secreto responsável pela segurança de Donald Trump e que detetou o cano da espingarda entre os arbustos. O agente disparou na direção do suspeito, que se pôs em fuga. Uma testemunha fotografou o veículo da fuga, incluindo a matrícula, possibilitando à polícia intercetá-la e deter Routh numa auto-estrada.
De acordo com algumas fontes ligadas à investigação, o suspeito não disparou qualquer tiro e não tinha linha de fogo desimpedida relativamente a Trump, que se encontrava a algumas centenas de metros.
Esta foi a segunda tentativa de assassinar o candidato presidencial republicano durante a campanha. A primeira ocorreu em julho, durante um comício e uma das balas disparadas pelo assassino feriu Donald Trump na orelha, de raspão.
Desde então, o ex-presidente tem estado protegido por vidros à prova de bala em todos os seus comícios.
O Serviço Secreto reconheceu falhas nas suas operações para proteger Trump.
(com agência)