Facebook desativa contas de campanhas políticas

por RTP
A rede social revela que mais de 290 mil contas seguiam, pelo menos, uma das páginas Regis Duvignau - Reuters

A rede social fundada por Zuckerberg comunicou esta terça-feira que foram desativadas 32 páginas e contas do Facebook e Instagram envolvidas em campanhas de influência política com o objetivo de interferir nas eleições intercalares dos EUA em novembro.

Os responsáveis do Facebook afirma que foram encontradas há duas semanas oito páginas e 17 perfis na sua rede e outras sete contas no Instagram com campanhas que tinham como objetivo interferir nas eleições americanas de novembro.

Vários legisladores consideraram que estas contas são um “perigo para a democracia” e, em comunicado, o Facebook informou que 32 contas e perfis foram eliminados na manhã desta terça-feira.

“Este tipo de comportamento não é permitido no Facebook, uma vez que não queremos que pessoas ou organizações criem contas para enganar os outros sobre quem são ou o que estão a fazer”, escreve a rede social, que revela ainda que mais de 290 mil contas seguiam, pelo menos, uma das páginas e investiram 11 mil dólares (cerca de 9400 euros) em 150 anúncios.

As páginas com mais seguidores no Facebook intitulavam-se por “Aztlan Warriors”, “Black Elevation”, “Mind Being” e “Resisters”, páginas que criaram cerca de 30 eventos num ano, desde maio de 2017.
Responsáveis ainda desconhecidos
O Facebook já entregou uma denúncia às autoridades americanas, apesar de ainda se desconhecerem muitos pormenores relacionados com estas contas, nomeadamente as fontes das páginas.

A rede social afirma que a identificação dos responsáveis das contas está a ser mais difícil do que em 2017 com o caso do grupo russo IRA (Internet Research Agency), responsável por várias publicações do género com o objetivo de influenciar a opinião dos americanos e manipular os resultados eleitorais que levaram à eleição de Donald trump.

O Facebook afirma que a configuração destas contas é diferente das do grupo IRA, tornando mais difícil a identificação das verdadeiras fontes. A rede social acredita que a dificuldade possa, em parte, estar relacionada com mudanças feitas no próprio Facebook.
Cerca de 126 milhões de americanos podem ter visto conteúdos políticos apoiados por russos no Facebook durante um período de dois anos
“Esperamos obter novas informações sobre a aplicação da lei e de outras empresas para que possamos entender melhor o que se passou. Além disso, iremos partilhar descobertas adicionais com as autoridades e o Congresso. Mas talvez nunca consigamos identificar a fonte com o mesmo nível de certeza que tivemos ao nomear o IRA”, escreve a rede social no comunicado.

Em setembro de 2017, o Facebook divulgou que vários russos com nomes falsos usaram a rede social para manipularem os americanos durante as eleições de 2016 através de publicações sobre questões controversas, organização de eventos e compra de anúncios.

As agências americanas concluíram ainda que operadoras russas influenciaram as Presidenciais americanas através da divulgação de fake news que ajudaram na vitória de Trump.
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