Exxon Mobil retirou pessoal estrangeiro do Iraque

por RTP
O campo petrolífero West Qurna no sul do Iraque é operado pela americana Exxon Mobil Reuters

Depois de os Estados Unidos terem retirado o pessoal não essencial das suas embaixadas e postos consulares no Iraque, é a vez de a empresa petrolífera Exxon Mobil retirar do país os seus empregados estrangeiros.

Ao longo de sexta-feira e de sábado, o pessoal da petrolífera norte-americana foi retirado em três vagas do campo de petróleo Qurna Oriental 1, perto de Bassorá, para o Dubai.

A notícia foi confirmada à agência Reuters por um responsável iraquiano local, por um membro da empresa de segurança contratada pela Exxon Mobil e por outro empregado de uma outra empresa petrolífera estrangeira. Nenhuma das fontes foi identificada pela agência de notícias.

"A noite passada, 28 empregados foram levados para o aeroporto e o resto foi para o campo" da companhia, em Bassorá. "Esta manhã, foram transportados para o aeroporto e não ficou nenhum estrangeiro no campo" petrolífero, revelou o agente de segurança que supervisionou a operação.

A produção do campo de petróleo não foi afetada e o trabalho prossegue ali como habitualmente sob o comando de engenheiros iraquianos, afirmaram responsáveis pela exploração de petróleo do país.Também este sábado, Washington alertou as companhias aéreas internacionais para os riscos de atravessarem os espaços aéreos dos países do Médio Oriente.

O diretor da empresa estatal South Oil Company, Ihsan Abdul Jabbar, frisou que a retirada dos estrangeiros foi uma "precaução" e que a produção no campo petrolífero explorado pela Exxon Mobil mantém a produção diária de 44 mil barris por dia.

"A evacuação da Exxon Mobil é uma medida temporária de precaução. Não temos indicações de quaisquer perigos, a situação está segura e muito estável no campo petrolífero, que está a trabalhar em plena capacidade e a produzir 440 mil barris/dia", disse Jabbar.

"Os engenheiros estrangeiros continuarão a aconselhar e a cumprir as suas funções a partir dos escritórios da companhia no Dubai e não temos qualquer problema", acrescentou.As retiradas de pessoal e os alertas coincidem com uma escalada de tensão nas últimas semanas, entre os Estados Unidos e o Irão.
"Regressem imediatamente"
Na quarta-feira, os Estados Unidos retiraram o pessoal não essencial da sua embaixada na capital iraquiana, Bagdade, aparentemente por receio de ameaças do vizinho Irão, do qual são aliadas as milícias xiitas iraquianas.

A Administração Trump reforçou recentemente as sanções económicas aplicadas ao Irão e reforçou a sua presença miolitar na zona, acusando o Governo dos Ayatolas de ameaçar as tropas e os interesses norte-americanos.

Teerão considera estas medidas "guerra psicológica" e "jogo político".

Este sábado, o ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, Mohammad Javad Zarif, comentou, no final da sua visita a Pequim, não acreditar numa guerra na região, já que Teerão não está interessado no conflito e nenhum país tem a "ilusão de que pode enfrentar o Irão".

"Não vai haver guerra porque nem nós queremos uma guerra como ninguém tem a ideia ou a ilusão de que podem confrontar o Irão na região", afirmou Zarif, citado pela agência iraniana de notícias IRNA.

O Bahrain, aliado dos Estados Unidos na região do Golfo, aconselhou este sábado os seus cidadãos a não viajarem para o Iraque e pediu àqueles que se encontram naquele país para "regressarem imediatamente", pela própria segurança.

Citado pela agência estatal de notícias, BNA, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Bahrain explicou os apelos com "circunstâncias regionais instáveis, desenvolvimentos perigosos e ameaças potenciais".
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