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Extrema-direita vitoriosa na Áustria promete "uma nova era"

por Cristina Santos - RTP
Herbert Kickl, líder da extrema-direita na Áustria Alex Halada - AFP

O partido FPÖ, pró-Kremlin e anti-islâmico, obteve mais de 29 por cento dos votos e ultrapassou o atual partido no poder, o ÖVP, que ficou em segundo lugar, com 26,5 por cento, de acordo com resultados quase completos. Isto significa que a extrema-direita obteve o maior número de votos, nas eleições austríacas de domingo, pela primeira vez desde a época nazi.

No entanto, o resultado não chega para governar confortavelmente, por isso, o líder da extrema-direita, Herbert Kickl, garantiu que está pronto para formar um governo com “todos e cada um” dos partidos no parlamento

Esta disponibilidade não encontra eco nas outras formações políticas, tanto o Partido Popular Austríaco como o Partido social-democrata garantiram que não vão trabalhar com a extrema-direita. Herbert Kickl fez campanha utilizando o título “chanceler do povo” usado para descrever Adolf Hitler. 

No discurso de vitória afirmou aos apoiantes que “escrevemos um pedaço de história” e “abrimos uma porta para uma nova era”.

O Partido da Liberdade (FPÖ) aproveitou a onda de raiva pública contra a migração e o custo de vida para derrotar o Partido Popular de centro-direita (ÖVP). 

O aumento da inflação, o crescimento económico tímido e o ressentimento que persiste quanto às medidas governamentais durante a Covid-19 podem justificar a vitória da extrema-direita. O FPÖ capitalizou também os receios em torno da migração que agravaram após o cancelamento, em agosto, de três concertos de Taylor Swift em Viena, devido a um alegado plano terrorista islâmico.

Os resultados mostram que o partido FPÖ obteve quase 30 por cento dos votos, em segundo ficou o atual partido no poder, o ÖVP, com 26,5 por cento

O partido social-democrata da oposição obteve o pior resultado de sempre, 21 por cento, enquanto o liberal NEOS obteve cerca de nove por cento.

Apesar das inundações devastadoras deste mês provocadas pela tempestade Boris terem trazido à tona a crise climática, os Verdes, parceiros na atual coligação governamental, registaram 8,3 por cento e ficaram em quinto lugar.

A participação dos eleitores austríacos foi elevada, cerca de 78 por cento.
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