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Extrema-direita britânica. Polícia avisa que "se houver desordem não contem em ir para casa"

por Cristina Santos - RTP
Manifestante de extrema-direita depois de quebrar cordão de segurança. Anadolu via AFP

Mensagem clara das autoridades britânicas que antecipam mais de 100 protestos de extrema-direita, esta quarta-feira, um número maior do que era esperado, e na maior parte do país. A polícia considera credíveis as informações e garante estar preparada para a pior noite de problemas desde que o distúrbio começou na semana passada, quando um jovem de 17 anos, nascido no Reino Unido, matou três crianças e feriu outras nove pessoas.

Em Inglaterra e no País de Gales, 41 das 43 áreas de forças policiais locais estão a preparar-se para mais violência contra a imigração e as pessoas que pedem asilo, o que leva a uma reorganização de forças. Por exemplo, 200 agentes da unidade de choque da Polícia Metropolitana de Londres vão reforçar a polícia da zona metropolitana de Manchester (a mais de 300 quilómetros de Londres).

Fonte da polícia conta aos media que a maior violência é esperada no nordeste e noroeste da Inglaterra. Cerca de 6.000 agentes treinados em motins estão de serviço, alguns destacados já para as zonas onde os protestos devem acontecer, outros estão de prevenção e prontos para avançar se for necessário reforço.

Até porque estão também previstos 30 manifestações contra a extrema-direita.
O esquema das autoridades prevê ainda que alguns edifícios onde estão pessoas requerentes de asilo vão ser protegidos.





Perante suspeitas de haver interferências vindas fora do Reino Unido nos protestos de extrema-direita, a RTP sabe que o governo britânico equaciona pedir a extradição de Tommy Robinson, o extremista que está fora do país e que vive parte do ano em Espanha e outra parte na República da Irlanda.

Tem ligações à extrema direita de Dublin e da Alemanha, é anti União Europeia, mas aproveita a liberdade europeia. Robinson diz-se mais britânico do que muitos outros (mudou o apelido para adotar o Robinson do padrasto), apesar de a família ser originária da Irlanda. O governo britânico equaciona pedir aos tribunais para pedirem a extradição de todos os britânicos que estão no exterior a incitar à desordem.

A par deste reforço da polícia está a Justiça e a garantia de ser rápida a punir aqueles que incitam à violência, com discursos de ódio, e aqueles que destroem.   1

Um manifestante que deu um soco no rosto de um policia durante distúrbios violentos em Southport foi condenado por três anos, na pena de prisão mais longa até agora devido à desordem de extrema direita na Inglaterra e na Irlanda do Norte.

Outro exemplo é o caso de Declan Geiran, detido há quatro dias por incendiar uma carrinha da polícia, foi esta quarta-feira levado para a cadeia após ser condenado a 30 meses de prisão. 

O subchefe de polícia de Merseyside (localidade de Southport onde aconteceu o ataque com arma branca) disse que “neste caso e em outros, a polícia agiu com rapidez e o Ministério Público da Coroa britânica aprovou rapidamente as acusações e os tribunais agiram também com rapidez para aplicar uma sentença.” Isto significa, afirma este responsável, que “se você se envolver em desordem, não conte em terminar a semana em casa com a família”.

Um outro caso, esta quarta-feira, Aaron Johnson, 32 anos declarou-se culpado de incitar ao ódio racial ao usar linguagem racista durante uma transmissão em direto nas redes sociais do lado de fora de um hotel em Stockport onde se pensava estarem requerentes de asilo.

Já num outro local, em Rotherham, houve uma tentativa de atear fogo a um hotel com mais de 200 requerentes de asilo, que estavam lá dentro no momento.

No total, foram detidas mais de 400 pessoas e a polícia acredita que este número vai aumentar, disse a polícia.

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