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Guerra na Ucrânia. A evolução do conflito ao minuto

Explosões em Kiev. Rússia desencadeia primeiro ataque com mísseis desde agosto

por Cristina Sambado - RTP
Serviço de Emergência da Ucrânia via Reuters

Foram ouvidas, na manhã de quarta-feira, várias explosões em Kiev. A Força Aérea ucraniana colocou todo o país sob alerta de ataque aéreo na sequência do lançamento de ataques de mísseis russos e aconselhou a população a ir para os abrigos.

Segundo as autoridades ucranianas, a Rússia lançou seu primeiro ataque com mísseis contra a capital desde agosto. Não há para já registo de vítimas ou danos.
No primeiro ataque com mísseis em mais de dois meses, a Rússia utilizou mísseis de cruzeiro lançados de aviões estratégicos, bem como mísseis balísticos, disseram os militares ucranianos.

A escala do ataque e a extensão de quaisquer danos não foram imediatamente claros. O ataque envolveu mísseis lançados por bombardeiros estratégicos, bem como mísseis balísticos, avançaram os militares.

"[O presidente russo, Vladimir] Putin está a lançar um ataque com mísseis contra Kiev", escreveu Andriy Yermak, chefe de gabinete do chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky, na plataforma de mensagens Telegram.

O ataque de mísseis ocorreu após o que as autoridades disseram ser um ataque de aparelhos aéreos não tripulados (drones). Kiev tem enfrentado ataques de drones russos quase todas as noites durante semanas. Vitali Klitschko, presidente da Câmara Municipal, disse que um drone sobrevoou o centro de Kiev durante a manhã.

Explosões na cidade. As forças de defesa aérea estão a trabalhar. Permaneçam nos abrigos!”, Escreveu a administração da cidade de Kiev no mensageiro Telegram.Há meses que os ucranianos esperam por um ataque de mísseis de grande envergadura, preocupados com a possibilidade de este poder vir a dar um rude golpe no sistema energético, provocando longos apagões, numa altura em que o inverno se instala e o consumo de eletricidade é elevado.

Alguns dos residentes de Kiev queixam-se de falta de sono devido aos ataques regulares de drones, que acionam o alerta de ataque aéreo, que soa por toda a cidade e toca nos telefones.

Cerca de 100 residentes encontravam-se abrigados na estação central de metro Universitet durante a manhã, incluindo crianças, completamente vestidas, a dormir em tapetes de ioga e mulheres idosas sentadas em cadeiras dobráveis.

Apesar dos ataques regulares com drones, a Rússia não atingia a capital ucraniana com mísseis desde 26 de agosto, quando lançou um ataque maciço em todo o país que, segundo as autoridades, envolveu mais de 200 drones e mísseis.

Segundo a Ucrânia, o ataque no final de agosto matou sete pessoas e atingiu instalações de energia em todo o país, chamando-lhe o “ataque mais massivo” da guerra.

O ataque russo desta quarta-feira contra a capital ucraniana surge três dias depois da região de Moscovo ter sido alvo de um ataque de drones a uma escala sem precedentes desde o início do conflito armado.

As autoridades russas disseram que abateram 34 aparelhos aéreos não tripulados drones, a manhã de domingo, numa vaga que causou um ferido. Horas antes, a Ucrânia tinha sido alvo de um ataque de 145 drones russos, um número recorde, disse Zelensky.

A guerra na Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas.
Empresas com fornecimento elétrico limitado
O operador da rede nacional de energia da Ucrânia, Ukrenergo, introduziu limites no fornecimento de eletricidade para empresas esta quarta-feira devido a importações “significativamente” mais baixas e geração mais baixa, disse a empresa.

As restrições estarão em vigor durante o dia. À noite, depois de o equipamento ser reparado, as restrições serão levantadas”, disse Ukrenergo na aplicação Telegram.

A última vez que foram impostas restrições maciças ao fornecimento de eletricidade às empresas e às famílias foi após um ataque maciço de mísseis e drones russos no final de agosto.O maior gerador e distribuidor privado de energia da Ucrânia, DTEK, disse que as restrições se aplicariam a Kiev, a região de Kiev, Odesa, Dnipro e as regiões de Donetsk.

“As razões: uma escassez (de eletricidade) na rede de energia devido ao anterior bombardeamento da Rússia e uma descida da temperatura”, disse a DTEK no Telegram.

A infraestrutura energética da Ucrânia tem sido submetida a um aumento dos ataques de mísseis e drones russos nos últimos meses.

As autoridades disseram que o país perdeu cerca de metade da sua capacidade de geração e agora depende principalmente da energia gerada por três centrais nucleares.

c/ agências
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