Um ataque contra a sede da indústria de defesa da Turquia, em Ancara, causou esta quarta-feira pelo menos cinco mortos e 22 feridos feridos, confirmou o presidente do país, Recep Tayyip Erdogan. O ministro turco do Interior atribui a autoria do ataque ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
O presidente turco condenou esta quarta-feira o "ataque odioso" num complexo de aeronáutica e defesa em Ancara.
Erdogan por estes dias em Kazan, na Rússia, onde participa na cimeira dos BRICS.
O presidente russo, Vladimir Putin, endereçou as suas "condolências" ao homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, na reunião bilateral entre os dois líderes, à margem da cimeira.
"Condenamos qualquer ato deste tipo, quaisquer que sejam as suas motivações”, frisou o líder russo ao receber o presidente da Turquia esta quarta-feira.
De acordo com informações divulgadas pelo ministro turco do Interior, Ali Yerlikaya, "dois terroristas foram neutralizados" após o ataque contra as instalações da TUSAS (Turkish Aerospace Industries Inc) em Ancara.
As autoridades turcas confirmam que houve cinco "mártires" e que, dos 22 feridos, dois estão "em estado crítico". A designação de “mártir” é geralmente utilizado para anunciar a morte de soldados ou vítimas de atos violentos.
"Condeno este hediondo ataque. A nossa luta irá continuar com determinação e resolução até que o último terrorista seja neutralizado", acrescentou o governante através da rede social X.
Também na rede social X, o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, afirmou esta quarta-feira que a Aliança Atlântica, da qual a Turquia faz parte, está ao lado do país após este ataque.
"Relatos profundamente preocupantes de mortos e feridos em Ancara. A NATO está ao lado do nosso aliado, a Turquia. Condenamos veementemente o terrorismo em todas as suas formas e estamos a monitorizar de perto os desenvolvimentos", vincou Mark Rutte.
Dois ministros turcos culpam o PKK
O ataque ainda não foi reivindicado por nenhuma organização, mas a Turquia tem sido alvo de vários ataques levados a cabo pelo PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão), organização que é classificada como terrorista por grande parte dos países da NATO.
Horas depois do ataque, dois ministros turcos atribuíram este ataque ao PKK. Ali Yerlikaya, ministro turco do Interior, considerou que a organização é "muito provavelmente" a responsável por este ataque.
“O processo de identificação e a busca de impressões digitais prossegue e diremos qual a organização terrorista que está por detrás do ataque (..) A forma como esta ação foi realizada está muito provavelmente ligada ao PKK”, declarou o ministro.
Também o ministro da Defesa, Yasar Guler, admitiu o envolvimento do Partido dos Trabalhadores do Curdistão. "Como sempre, tentaram perturbar a paz da nossa nação, realizando um ataque desprezível e desonroso”, afirmou o ministro.
O último atentado deste grupo na Turquia ocorreu há ano em frente a uma esquadra de Ancara, tendo provocado dois mortos - os atacantes - e ferido dois polícias.
Já em janeiro último, um ataque a uma igreja em Istambul provocou uma vítima mortal, tendo sido reivindicado pelo Estado Islâmico.
De acordo com a agência de notícias estatal Andalou, o Ministério da Justiça abriu uma investigação a este ataque. Alguns meios de comunicação social turcos indicaram que se tratou de um ataque suicida e que foram feitos reféns dentro do complexo de aeronáutica e defesa em Ancara.
(com agências)