Explosão em Ancara. Vários mortos e feridos em atentado na capital da Turquia

por Andreia Martins - RTP
Foto: Anadolu via Reuters

Um ataque contra a sede da indústria de defesa da Turquia, em Ancara, causou esta quarta-feira pelo menos quarto mortos e 14 feridos, confirmou o presidente do país, Recep Tayyip Erdogan.

O presidente turco condenou esta quarta-feira o "ataque odioso" que fez "quatro mártires e 14 feridos" num complexo de aeronáutica e defesa em Ancara.

Erdogan por estes dias em Kazan, na Rússia, onde participa na cimeira dos BRICS.

O presidente russo, Vladimir Putin, endereçou as suas "condolências" ao homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, na reunião bilateral entre os dois líderes, à margem da cimeira.

"Condenamos qualquer ato deste tipo, quaisquer que sejam as suas motivações”, frisou o líder russo ao receber o presidente da Turquia esta quarta-feira.

De acordo com informações divulgadas pelo ministro turco do Interior, Ali Yerlikaya, "dois terroristas foram neutralizados" após o ataque contra as instalações da TUSAS (Turkish Aerospace Industries Inc) em Ancara.

O ministro confirma que houve "quatro mártires" e que, dos 14 feridos, três estão "em estado crítico". A designação de “mártir” é geralmente utilizado para anunciar a morte de soldados ou vítimas de atos violentos.

"Condeno este hediondo ataque. A nossa luta irá continuar com determinação e resolução até que o último terrorista seja neutralizado", acrescentou o governante através da rede social X.

Também na rede social X, o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, afirmou esta quarta-feira que a Aliança Atlântica, da qual a Turquia faz parte, está ao lado do país após este ataque.

"Relatos profundamente preocupantes de mortos e feridos em Ancara. A NATO está ao lado do nosso aliado, a Turquia. Condenamos veementemente o terrorismo em todas as suas formas e estamos a monitorizar de perto os desenvolvimentos", vincou Mark Rutte.
Dois ministros turcos culpam o PKK

O ataque ainda não foi reivindicado por nenhuma organização, mas a Turquia tem sido alvo de vários ataques levados a cabo pelo PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão), organização que é classificada como terrorista por grande parte dos países da NATO.

Horas depois do ataque, dois ministros turcos atribuíram este ataque ao PKK. Ali Yerlikaya, ministro turco do Interior, considerou que a organização é "muito provavelmente" a responsável por este ataque.

“O processo de identificação e a busca de impressões digitais prossegue e diremos qual a organização terrorista que está por detrás do ataque (..) A forma como esta ação foi realizada está muito provavelmente ligada ao PKK”, declarou o ministro.

Também o ministro da Defesa, Yasar Guler, admitiu o envolvimento do Partido dos Trabalhadores do Curdistão. "Como sempre, tentaram perturbar a paz da nossa nação, realizando um ataque desprezível e desonroso”, afirmou o ministro.

O último atentado deste grupo na Turquia ocorreu há ano em frente a uma esquadra de Ancara, tendo provocado dois mortos - os atacantes - e ferido dois polícias.

Já em janeiro último, um ataque a uma igreja em Istambul provocou uma vítima mortal, tendo sido reivindicado pelo Estado Islâmico.

De acordo com a agência de notícias estatal Andalou, o Ministério da Justiça abriu uma investigação a este ataque. Alguns meios de comunicação social turcos indicaram que se tratou de um ataque suicida e que foram feitos reféns dentro do complexo de aeronáutica e defesa em Ancara.

(com agências)
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