Explosão de depósito de combustível em Nagorno-Karabakh faz mais de uma centena de mortos

por RTP
Uma das vítimas, com queimaduras, da explosão no depósito de combustível em pleno êxodo arménio de Nagorno-Karabakh Hayk Baghdasaryan - Reuters

O mais recente balanço das vítimas da explosão seguida de incêndio, ocorrida esta segunda-feira, foi divulgado pela agência Interfax Azerbaijão, citando fontes do Ministério da Saúde de Arménia.

Os separatistas arménios da região falaram em pelo menos 68 mortos confirmados.

Terça-feira de manhã o número oficial de vítimas não ultrapassava a vintena. O Comité Internacional da Cruz Vermelha mencionava centenas de pessoas queimadas.

A explosão ocorreu quando milhares de arménios iniciavam o êxodo do enclave disputado entre Erevan e Baku, após a derrota das forças armadas arménias numa operação militar relâmpago do Azerbaijão que pôs fim a 30 anos de autogoverno.

Os corpos dos mortos no incidente, ocorrido perto de Stepanakert, capital de Karabakh, foram transportados para a Arménia, de acordo com o Ministério da Saúde deste país.

O CICV anunciou que tem estado a fornecer assistência médica aos feridos com queimaduras e a retirar pessoas através de ambulâncias, referindo dificuldades de trânsito e hospitais cheios.

Até às 16h00 de terça-feira pelo menos 28.120 dos 120.000 arménios que habitavam em Nagorno-Karabkah já tinham atravessado a fronteira rumo à Arménia, de acordo com dados provenientes do Governo arménio e depois do Azerbaijão ter aberto hoje a única estrada que liga aquele enclave à Arménia.

O Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) pediu respeito pelas leis humanitárias e proteção para os milhares de pessoas, na maioria arménios, que estão a abandonar o enclave.

"As operações de passagem segura só devem organizar-se se as pessoas decidirem ir-se embora, não devem separar membros da mesma família e deve ser prestada especial atenção às pessoas doentes, feridas, aos mais velhos, às grávidas, aos deficientes e aos menores não-acompanhados", indicou a organização num comunicado.

O CICV, especializado na mediação e assistência humanitária em zonas de conflitos, mostrou-se disposto a agir como mediador neutro, facilitando operações de retirada segura de pessoas.

"As nossas prioridades são garantir a proteção das pessoas que se vão embora e das que optam por ficar", afirmou a organização no comunicado.

com Lusa
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