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Exercícios navais. Submarino nuclear russo a caminho de Cuba para escala "de amizade"

por Cristina Sambado - RTP
A fragata de mísseis Admiral Gorshkov vai acompanhar o submarino Kazan Adalberto Roque - AFP

Um submarino russo de propulsão nuclear - que não transporta armas nucleares - visitará Havana na próxima semana, anunciaram as autoridades comunistas de Cuba, num contexto de tensões crescentes com os Estados Unidos devido à guerra na Ucrânia.

O submarino nuclear Kazan e três outros vasos de guerra russos, incluindo a fragata de mísseis Admiral Gorshkov, um petroleiro e um rebocador de salvamento, atracarão na capital cubana de 12 a 17 de junho, revelou o Ministério das Forças Armadas Revolucionárias de Cuba em comunicado.

“Nenhum dos navios transporta armas nucleares, pelo que a sua escala no nosso país não representa uma ameaça para a região”, acrescentou o Ministério.


Já o Ministério cubano dos Negócios Estrageiros afirmou que os quatro navios da marinha russa não representam uma ameaça para a região.

“Esta visita corresponde às relações históricas de amizade entre Cuba e a Federação Russa e adere estritamente aos regulamentos internacionais”, lê-se no comunicado.

“Nenhum dos navios transporta armas nucleares, pelo que a sua escala no nosso país não representa uma ameaça para a região.”

O anúncio foi feito um dia depois de as autoridades norte-americanas terem afirmado que Washington estava a seguir os navios de guerra e aviões russos que deveriam chegar às Caraíbas - Cuba e Venezuela -, para um exercício militar. O exercício faria parte de uma resposta russa mais alargada ao apoio dos EUA à Ucrânia.

Os responsáveis norte-americanos afirmaram que a presença militar russa era notável, mas não preocupante. No entanto, o exercício ocorre numa altura em que o presidente russo, Vladimir Putin, sugeriu que Moscovo poderia tomar “medidas assimétricas” noutras partes do mundo em resposta à decisão de Joe Biden permitir que a Ucrânia utilize armas fornecidas pelos EUA para atacar dentro da Rússia e proteger Kharkiv, na Ucrânia.

O invulgar destacamento das Forças Armadas russas para tão perto dos EUA - em especial o potente submarino - surge no meio de grandes tensões sobre a guerra na Ucrânia, onde o governo apoiado pelo Ocidente está a lutar contra uma invasão russa. A visita dos navios russos a Cuba coincidirá também com a visita de Biden à cimeira dos líderes do G7 em Itália.O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, encontrou-se com Putin no mês passado e esteve presente na parada militar anual de 9 de maio na Praça Vermelha, em frente ao Kremlin. As relações entre Moscovo e Havana estreitaram-se desde um encontro entre Díaz-Canel e Putin em 2022.

Durante a chegada da frota russa ao porto de Havana, serão disparadas 21 salvas de um dos navios como saudação à nação, que será retribuída por uma bateria de artilharia das forças armadas revolucionárias de Cuba, afirmou o Ministério cubano dos Negócios Estrangeiros.

As tensões entre os Estados Unidos e a Rússia aumentaram desde a invasão russa da Ucrânia em 2022 e a atividade naval russa - embora rotineira no Atlântico - aumentou devido ao apoio dos Estados Unidos à Ucrânia, afirmaram as autoridades americanas.

Os Estados Unidos, no entanto, não veem a chegada esperada de um pequeno número de aviões e navios como ameaçadora, mas a Marinha norte-americana vai monitorizar os exercícios, revelou um funcionário norte-americano na quarta-feira.
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