Mundo
Guerra no Médio Oriente
Ex-procuradora israelita detida após divulgação de imagens que mostram abuso em prisão
A ex-procuradora do exército israelita foi detida no âmbito da investigação da fuga de um vídeo que sugere abusos graves em 2024 contra uma reclusa palestiniana numa prisão de alta segurança perto de Gaza, um caso em que cinco soldados foram acusados.
Depois de anunciar a sua demissão na sexta-feira, Yifat Tomer-Yeroushalmi desapareceu brevemente no domingo, gerando especulações nos meios de comunicação social sobre uma possível tentativa de suicídio. Na sua carta de demissão, publicada na imprensa na sexta-feira, a ex-procuradora reconheceu que o seu departamento tinha divulgado o vídeo aos meios de comunicação social.
Numa mensagem na rede social Telegram, o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, anunciou esta segunda-feira que "foi acordado que, à luz dos acontecimentos da noite passada, o Serviço Penitenciário atuará com maior vigilância para garantir a segurança da reclusa no centro de detenção onde está presa".
O governante salientou a importância de "conduzir uma investigação profissional para descobrir toda a verdade sobre o caso que levou às acusações" contra os soldados.
O caso, que envolveu o exército em pleno conflito na Faixa de Gaza, teve início em agosto de 2024 com a transmissão, através do Canal 12 israelita, de imagens captadas por uma câmara de vigilância, posteriormente divulgadas por vários órgãos de comunicação social.
Em fevereiro de 2025, o exército anunciou a acusação formal de cinco soldados por maus-tratos a uma detida palestiniana em julho de 2024 no centro de detenção de Sde Teiman, junto à Faixa de Gaza, onde se encontravam palestinianos presos desde o início da guerra desencadeada pelo ataque do Hamas em solo israelita, a 7 de outubro de 2023.
O centro de detenção de Sde Teiman foi estabelecido numa base militar para acolher palestinianos presos, principalmente em Gaza, desde 7 de outubro.
Vários corpos foram deixados com vendas nos olhos e alguns ainda tinham as mãos amarradas atrás das costas. Um deles tinha uma corda à volta do pescoço.Pelo menos 135 dos corpos mutilados devolvidos por Israel às autoridades palestinianas em Gaza na semana passada, no âmbito do acordo de cessar-fogo, estavam detidos em Sde Teiman, como mostram os documentos que acompanhavam cada cadáver.
Em julho de 2024, o alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, publicou um relatório afirmando que, desde o ataque de 7 de outubro, vários palestinianos foram mantidos incomunicáveis, em alguns casos submetidos a tratamentos que configuram tortura.
O mesmo relatório da ONU que analisou a redução da acusação contra os soldados também observou que os detidos em Sde Teiman – incluindo crianças – eram regularmente acorrentados, forçados a posições de stress, privados de casas de banho e espancados.
Alguns foram sujeitos a violência sexual, incluindo a inserção de objetos, choques elétricos e violaçãoIsrael confirma identidade de mais três corpos
As autoridades israelitas anunciaram esta segunda-feira que identificaram os restos mortais devolvidos pelo Hamas no dia anterior como sendo de três soldados raptados a 7 de outubro de 2023, elevando para 20 o número de reféns mortos devolvidos pelo movimento palestiniano, de um total de 28 que o grupo é obrigado a entregar. Após a conclusão do processo de identificação pelo Instituto Nacional de Medicina Legal, em cooperação com a polícia israelita e o rabinato militar", o exército "informou as famílias dos reféns mortos em combate (...) que os seus entes queridos foram repatriados para Israel e identificados", afirmou o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em comunicado.
Os corpos foram identificados como o capitão israelo-americano Omer Neutra, de 21 anos na altura do rapto; o cabo Oz Daniel, de 19 anos; e o Coronel Assaf Hamami, de 40 anos, o oficial de mais alta patente capturado pelo Hamas.
Embora o Hamas não anuncie antecipadamente os restos mortais dos reféns que vai entregar, no domingo, ao indicar a entrega dos três corpos, divulgou imagens de um saco branco com o nome do coronel da Brigada Sul da Divisão de Gaza do Exército, Asaf Hamami, bem como a carta de condução deste. As Brigadas Al-Qasam, braço armado do Hamas, afirmaram ter encontrado no domingo três corpos no sul de Gaza, que ordenaram que fossem entregues durante a tarde.
Segundo o Fórum das Famílias de Reféns, os três foram mortos em combates durante o ataque do Hamas em solo israelita, a 7 de outubro, que desencadeou a guerra em Gaza, tendo os seus corpos sido posteriormente levados para território palestiniano.
No sábado, a Cruz Vermelha - juntamente com as forças egípcias e membros da Al-Qasam - entrou em Beni Suhaila, leste de Khan Younis (sul), para procurar os corpos dos reféns. Beni Suhaila continua sob o controlo do exército israelita, uma vez que se situa além da linha amarela.A linha amarela é a fronteira imaginária para a qual as Forças de Defesa de Israel (FDI) tiveram de se retirar quando o cessar-fogo entrou em vigor, e todo o território entre esta demarcação e a fronteira Israel-Gaza - um perímetro de mais de 50 por cento do enclave - continua sob controlo das FDI.
Na sexta-feira, o grupo islamita palestiniano entregou três corpos à Cruz Vermelha que, depois de identificados em Israel, se verificou não pertencerem a nenhum refém.
Apesar de vários momentos de tensão, uma trégua frágil mantém-se em Gaza desde 10 de outubro, ao abrigo de um acordo mediado pelos EUA que estipula a devolução de todos os reféns sequestrados em Israel, vivos ou mortos.
Em conformidade com o acordo de cessar-fogo, o Hamas libertou os últimos 20 reféns vivos mantidos em Gaza em troca da libertação de quase dois mil prisioneiros palestinianos e deve ainda a devolução de oito reféns mortos.
Israel tem acusado repetidamente o Hamas de atrasar o processo de repatriamento dos corpos, enquanto a organização palestiniana afirma que o atraso se deve ao facto de muitos restos mortais estarem enterrados sob os escombros em Gaza.
Numa mensagem na rede social Telegram, o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, anunciou esta segunda-feira que "foi acordado que, à luz dos acontecimentos da noite passada, o Serviço Penitenciário atuará com maior vigilância para garantir a segurança da reclusa no centro de detenção onde está presa".
O governante salientou a importância de "conduzir uma investigação profissional para descobrir toda a verdade sobre o caso que levou às acusações" contra os soldados.
O caso, que envolveu o exército em pleno conflito na Faixa de Gaza, teve início em agosto de 2024 com a transmissão, através do Canal 12 israelita, de imagens captadas por uma câmara de vigilância, posteriormente divulgadas por vários órgãos de comunicação social.
Embora não mostrasse explicitamente a violência, o vídeo sugeria graves
abusos sexuais perpetrados por soldados israelitas contra a reclusa
palestiniana.
Em fevereiro de 2025, o exército anunciou a acusação formal de cinco soldados por maus-tratos a uma detida palestiniana em julho de 2024 no centro de detenção de Sde Teiman, junto à Faixa de Gaza, onde se encontravam palestinianos presos desde o início da guerra desencadeada pelo ataque do Hamas em solo israelita, a 7 de outubro de 2023.
"O Ministério Público Militar indiciou cinco militares na reserva por cometerem agressões com agravantes e causarem ferimentos a uma reclusa", declarou o exército em comunicado de imprensa.
Segundo a acusação, os militares "agiram contra a detida com extrema violência". Esta brutalidade "causou ferimentos físicos graves à detida, incluindo costelas fraturadas, um pulmão perfurado e uma laceração retal interna". A mulher palestiniana foi posteriormente submetida a uma cirurgia.
O incidente ocorreu a 5 de julho de 2024, durante
uma revista à detida, que estava a ser conduzida para uma zona adjacente
à prisão, vendada e algemada, segundo a mesma fonte.
A acusação cita várias provas recolhidas durante a investigação, incluindo imagens de câmaras de vigilância e documentos médicos.
O centro de detenção de Sde Teiman foi estabelecido numa base militar para acolher palestinianos presos, principalmente em Gaza, desde 7 de outubro.
Vários corpos foram deixados com vendas nos olhos e alguns ainda tinham as mãos amarradas atrás das costas. Um deles tinha uma corda à volta do pescoço.Pelo menos 135 dos corpos mutilados devolvidos por Israel às autoridades palestinianas em Gaza na semana passada, no âmbito do acordo de cessar-fogo, estavam detidos em Sde Teiman, como mostram os documentos que acompanhavam cada cadáver.
Em julho de 2024, o alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, publicou um relatório afirmando que, desde o ataque de 7 de outubro, vários palestinianos foram mantidos incomunicáveis, em alguns casos submetidos a tratamentos que configuram tortura.
O mesmo relatório da ONU que analisou a redução da acusação contra os soldados também observou que os detidos em Sde Teiman – incluindo crianças – eram regularmente acorrentados, forçados a posições de stress, privados de casas de banho e espancados.
Alguns foram sujeitos a violência sexual, incluindo a inserção de objetos, choques elétricos e violaçãoIsrael confirma identidade de mais três corpos
As autoridades israelitas anunciaram esta segunda-feira que identificaram os restos mortais devolvidos pelo Hamas no dia anterior como sendo de três soldados raptados a 7 de outubro de 2023, elevando para 20 o número de reféns mortos devolvidos pelo movimento palestiniano, de um total de 28 que o grupo é obrigado a entregar. Após a conclusão do processo de identificação pelo Instituto Nacional de Medicina Legal, em cooperação com a polícia israelita e o rabinato militar", o exército "informou as famílias dos reféns mortos em combate (...) que os seus entes queridos foram repatriados para Israel e identificados", afirmou o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em comunicado.
Os corpos foram identificados como o capitão israelo-americano Omer Neutra, de 21 anos na altura do rapto; o cabo Oz Daniel, de 19 anos; e o Coronel Assaf Hamami, de 40 anos, o oficial de mais alta patente capturado pelo Hamas.
Embora o Hamas não anuncie antecipadamente os restos mortais dos reféns que vai entregar, no domingo, ao indicar a entrega dos três corpos, divulgou imagens de um saco branco com o nome do coronel da Brigada Sul da Divisão de Gaza do Exército, Asaf Hamami, bem como a carta de condução deste. As Brigadas Al-Qasam, braço armado do Hamas, afirmaram ter encontrado no domingo três corpos no sul de Gaza, que ordenaram que fossem entregues durante a tarde.
Segundo o Fórum das Famílias de Reféns, os três foram mortos em combates durante o ataque do Hamas em solo israelita, a 7 de outubro, que desencadeou a guerra em Gaza, tendo os seus corpos sido posteriormente levados para território palestiniano.
No sábado, a Cruz Vermelha - juntamente com as forças egípcias e membros da Al-Qasam - entrou em Beni Suhaila, leste de Khan Younis (sul), para procurar os corpos dos reféns. Beni Suhaila continua sob o controlo do exército israelita, uma vez que se situa além da linha amarela.A linha amarela é a fronteira imaginária para a qual as Forças de Defesa de Israel (FDI) tiveram de se retirar quando o cessar-fogo entrou em vigor, e todo o território entre esta demarcação e a fronteira Israel-Gaza - um perímetro de mais de 50 por cento do enclave - continua sob controlo das FDI.
Na sexta-feira, o grupo islamita palestiniano entregou três corpos à Cruz Vermelha que, depois de identificados em Israel, se verificou não pertencerem a nenhum refém.
Apesar de vários momentos de tensão, uma trégua frágil mantém-se em Gaza desde 10 de outubro, ao abrigo de um acordo mediado pelos EUA que estipula a devolução de todos os reféns sequestrados em Israel, vivos ou mortos.
Em conformidade com o acordo de cessar-fogo, o Hamas libertou os últimos 20 reféns vivos mantidos em Gaza em troca da libertação de quase dois mil prisioneiros palestinianos e deve ainda a devolução de oito reféns mortos.
Israel tem acusado repetidamente o Hamas de atrasar o processo de repatriamento dos corpos, enquanto a organização palestiniana afirma que o atraso se deve ao facto de muitos restos mortais estarem enterrados sob os escombros em Gaza.
c/ agências