Shinzo Abe foi alvo de um ataque esta sexta-feira durante um comício na cidade de Nara, perto de Quioto. O ex-primeiro-ministro do Japão foi atingido por dois tiros enquanto dava um discurso e encontra-se em estado crítico. O atacante foi detido sob acusação de tentativa de homicídio.
“Atualmente, os médicos estão a fazer tudo o que podem. Espero e rezo para que o ex-primeiro-ministro sobreviva”, disse Kishida em conferência de imprensa.
“Não sei o que motivou este ataque, mas é um ato de brutalidade de aconteceu durante o ato eleitoral – a base da nossa democracia – e é absolutamente imperdoável”, afirmou.
De acordo com as autoridades japonesas, Shinzo Abe foi atingido no pescoço, do lado direito, e no peito, do lado esquerdo.
Seigo Yasuhara, do centro de comando do Corpo de Bombeiros de Nara, indicou que Abe estava em paragem cardiorrespiratória após o ataque. Inconsciente e sem sinais vitais, o antigo primeiro-ministro foi transportado para o Hospital Universitário de Nara.
A polícia japonesa deteve um suspeito, Tetsuya Yamagami, com cerca de 40 anos. Está acusado de tentativa de homicídio e usou “um equipamento semelhante a uma arma” na execução do ataque.
O homem, residente em Nara, foi detido após o tiroteio junto à estação de Yamatosaidaiji, onde decorria o comício ao final da manhã desta sexta-feira, segundo a televisão NHK.
Nobuo Kishi, ministro japonês da Defesa e irmão de Shinzo Abe, disse que o tiroteio desta sexta-feira foi uma “profanação contra a democracia”.
Shinzo Abe, de 67 anos, foi primeiro-ministro do Japão entre 2006 e 2007 e, mais tarde, entre 2012 e 2020. O comício desta sexta-feira decorria antes das eleições para o Senado japonês, marcadas para domingo. Abe discursava em apoio a Kei Sato, um membro da câmara alta do Parlamento que concorre à reeleição em representação da cidade de Nara.
O Embaixador português no Japão, Vítor Sereno, diz estar “em choque” com o ataque contra o antigo primeiro-ministro. “Portugal e o Japão são firmes aliados e amigos há muito tempo”, acrescenta numa publicação no Facebook.
Por sua vez, os ministros dos Negócios Estrangeiros do G20, reunidos esta sexta-feira em Bali, na Indonésia, condenaram o ataque. Yoshimasa Hayashi, chefe da diplomacia japonesa, participava nos trabalhos.