Ex-Presidentes do Brasil lembram espiritualidade e dimensão humanista

por Lusa

Ex-Presidentes do Brasil lamentaram hoje a morte do Papa Francisco através e lembraram a espiritualidade e a dimensão humanista.

O ex-Presidente brasileiro Jair Bolsonaro despediu-se hoje do Papa Francisco com uma mensagem nas redes sociais, na qual não mencionou o pontífice falecido, e disse que "a sua partida convida à reflexão e à renovação da fé".

"O mundo e os católicos despedem-se daquele que ocupou uma das figuras mais simbólicas da fé cristã", escreveu o ex-Presidente brasileiro, que está internado há mais de uma semana num hospital brasileiro a recuperar de uma cirurgia intestinal, acrescentando que, "para o Brasil e para o mundo, a figura do Papa sempre foi um sinal de unidade e orientação" e que "a sua partida convida à reflexão e à renovação da fé".

Bolsonaro, que governou o Brasil entre 2019 e 2022 e que nunca se encontrou com o Papa Francisco, na mensagem que partilhou não mencionou o nome do pontífice falecido, mas disse que "mais do que um líder religioso, o papado representa a continuidade de uma tradição milenar, guardiã dos valores espirituais que moldaram as civilizações".

Durante esse período, o Papa fez críticas veladas a algumas decisões de Bolsonaro, especialmente em relação à Amazónia que, enquanto o líder de extrema-direita esteve no poder, sofreu graves incêndios, no meio de um desmantelamento de políticas para proteger o ambiente e combater as alterações climáticas.

Já a ex-Presidente Dilma Rouseff, que governou entre 2011 e 2016, também escreveu uma mensagem nas suas redes sociais, afirmando que a partida do Papa Francisco "marca o fim de um dos pontificados mais humanistas", adiantando que, "em tempos marcados por desigualdades, crises ambientais e conflitos, Francisco foi presença de luz - capaz de unir fé e razão, espiritualidade e ação, oração e ternura".

"O Papa Francisco foi um líder exemplar - humilde e ousado em seu amor pelos mais frágeis", escreve Dilma Rouseff na mesma mensagem.

O Brasil é considerado o país com o maior número de católicos do mundo.

O Papa Francisco morreu hoje aos 88 anos, após 12 anos de um pontificado marcado pelo combate aos abusos sexuais, guerras e uma pandemia.

Durante o seu pontificado de 12 anos, o primeiro papa jesuíta e sul-americano da história defendeu incansavelmente os migrantes, o ambiente e a justiça social, sem questionar as posições da Igreja sobre o aborto ou o celibato sacerdotal.

O Papa argentino teve alta hospitalar a 23 de março, após ter estado internado durante 38 dias devido a uma pneumonia bilateral, a sua quarta e mais longa hospitalização desde a sua eleição em 2013.

A sua última aparição pública foi no domingo de Páscoa, no Vaticano, na véspera de morrer.

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