A justiça espanhola decidiu hoje impor a inabilitação durante 15 meses do independentista e ex-presidente catalão Quim Torra naquela que é a segunda condenação por desobediência, ao ignorar uma disposição para retirar símbolos separatistas.
A nova sentença, que também prevê uma multa de oito meses de 100 euros por dia, segue-se a uma outra que o afastou da presidência do governo regional (Generalitat) em 2020 por não ter retirado um cartaz com um laço amarelo do edifício do executivo catalão.
Depois de conhecer a decisão do tribunal, Quim Torra fez um apelo aos apoiantes dos movimentos pró-independência da região para abandonarem a "lógica autonomista" e voltarem ao caminho da secessão, para evitar a "repressão" e "sentenças humilhantes sobre a língua catalã nas escolas".
A defesa do ex-líder da Generalitat vai apresentar um recurso contra uma sentença que considera "já ter sido proferida antes do início do processo" e também tem a intenção de recorrer aos tribunais europeus.
Segundo Torra, esta decisão demonstra que "a justiça espanhola é uma justiça parcial, que discrimina os apoiantes pró-independência", pois "sempre houve bandeiras com conteúdo político" e mesmo hoje, segundo ele, ainda há uma na mesma varanda do Palau de la Generalitat.
Os partidos independentistas têm desde 2015 a maioria dos deputados no parlamento regional, o que lhes permite dirigir o executivo desta comunidade autónoma espanhola.
O momento mais alto dos movimentos a favor da independência foi em 01 de outubro de 2017 quando organizaram um referendo que foi ilegalizado pelo Governo central.
Uma série de líderes separatistas foi julgada e cumpriu uma pena que foi interrompida quando o atual Governo socialista espanhol decidiu conceder-lhes um indulto em 2021, mas o principal deles, o ex-presidente catalão Carles Puigdemont, que agora é deputado europeu e vive em Bruxelas, continua fugido à justiça do país.