Ex-padre condenado em Timor-Leste a pena de 12 anos de prisão por abuso de menores

por Lusa
Ex-padre condenado em Timor-Leste a pena de 12 anos de prisão por abuso de menores António Sampaio-Lusa

O Tribunal Distrital de Oecusse condenou esta terça-feira o ex-padre Richard Daschbach a 12 anos de prisão por vários crimes de abuso sexual de menores, cometidos num orfanato em Timor-Leste.

A pena de prisão foi determinada tendo em conta cinco crimes de abusos de menores de 12 anos e a idade do arguido, 84 anos.

Em termos individuais e pelos vários crimes, o coletivo de juízes aplicou penas parcelares que totalizam mais de 37 anos de prisão, com o cumulo jurídico de penas a ser de uma pena única de 12 anos de prisão.

O juiz absolveu o arguido da prática do crime de pornografia infantil tendo decidido ainda alterar a medida de coação, pelo perigo de fuga, passando a aplicar de imediato a pena de prisão preventiva.

O juiz ordenou igualmente o pagamento de uma compensação financeira de quatro mil dólares a cada uma das cinco vítimas contra quem os crimes foram aprovados.

O advogado de defesa do ex-padre Richard Daschbach, considerou injusta a sua condenação, anunciando que vai recorrer.

"Depois de recebermos o acórdão do juíz, a defesa vai recorrer. Ainda não é esta a decisão final. A defesa vai recorrer", disse à Lusa o advogado Miguel Faria,

Associação jurídica timorense defende pena máxima 

A associação que representa as vítimas no processo anunciou que vai recorrer da condenação, defendendo uma pena de 30 anos.

"De facto, considerando a gravidade dos crimes, o acusado deveria ter sido condenado à pena máxima prevista em Timor-Leste: 30 anos de prisão. As vítimas não concordam com a punição dada pelo Tribunal e nós apresentaremos um recurso", apontou, em comunicado, a JU,S Jurídico Social.

A organização, que recorda que este caso é o maior caso de violência sexual registado nos tribunais de Timor-Leste, falando em nome das nove vítimas registadas no caso, assume que "apesar do veredicto de culpado que é bem-vindo, a pena de 12 anos de prisão o Tribunal não reflete a gravidade do caso".
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