O Tribunal Distrital de Oecusse condenou esta terça-feira o ex-padre Richard Daschbach a 12 anos de prisão por vários crimes de abuso sexual de menores, cometidos num orfanato em Timor-Leste.
Em termos individuais e pelos vários crimes, o coletivo de juízes aplicou penas parcelares que totalizam mais de 37 anos de prisão, com o cumulo jurídico de penas a ser de uma pena única de 12 anos de prisão.
O juiz absolveu o arguido da prática do crime de pornografia infantil tendo decidido ainda alterar a medida de coação, pelo perigo de fuga, passando a aplicar de imediato a pena de prisão preventiva.
O juiz ordenou igualmente o pagamento de uma compensação financeira de quatro mil dólares a cada uma das cinco vítimas contra quem os crimes foram aprovados.
O advogado de defesa do ex-padre Richard Daschbach, considerou injusta a sua condenação, anunciando que vai recorrer.
"Depois de recebermos o acórdão do juíz, a defesa vai recorrer. Ainda não é esta a decisão final. A defesa vai recorrer", disse à Lusa o advogado Miguel Faria,
"Depois de recebermos o acórdão do juíz, a defesa vai recorrer. Ainda não é esta a decisão final. A defesa vai recorrer", disse à Lusa o advogado Miguel Faria,
Associação jurídica timorense defende pena máxima
A associação que representa as vítimas no processo anunciou que vai recorrer da condenação, defendendo uma pena de 30 anos.
"De facto, considerando a gravidade dos crimes, o acusado deveria ter sido condenado à pena máxima prevista em Timor-Leste: 30 anos de prisão. As vítimas não concordam com a punição dada pelo Tribunal e nós apresentaremos um recurso", apontou, em comunicado, a JU,S Jurídico Social.
A organização, que recorda que este caso é o maior caso de violência sexual registado nos tribunais de Timor-Leste, falando em nome das nove vítimas registadas no caso, assume que "apesar do veredicto de culpado que é bem-vindo, a pena de 12 anos de prisão o Tribunal não reflete a gravidade do caso".