Ex-diretor-geral da Empresa de Água e Eletricidade são-tomense volta a ser detido

por Lusa

São Tomé, 31 mai 2019 (Lusa) - O ex-diretor-geral da Empresa de Água e Eletricidade (Emae) são-tomense Mário Sousa foi detido e encontra-se em prisão preventiva por ordem do juiz de instrução criminal do Tribunal de Primeira Instância, disse hoje à Lusa fonte judicial.

A prisão de Mário Sousa foi confirmada também por familiares.

No dia 06 deste mês, Mário Sousa havia sido detido numa operação conjunta entre o Ministério Publico (MP) e a Polícia Judiciária (PJ). Foi posto em liberdade sob termo de identidade residência, proibido de sair do país e obrigado a pagar uma caução no valor de 80 mil euros num período de cinco dias.

"Ele não pagou essa caução e cumpriu-se o que ficou estabelecido no âmbito da medida de coação decretada na altura pelo juiz", disse fonte judicial.

Mário Sousa exerceu as funções de diretor-geral da Emae durante os quatro anos do Governo do ex-primeiro ministro Patrice Trovoada.

Até ao final do ano passado, o país viveu uma grave crise de fornecimento de energia elétrica com apagões constantes e prolongados.

Descontentes com a falta de eletricidade, populares montaram barricadas em vários pontos do país, incendiaram pneus, cortaram trânsito, levando o país a uma situação praticamente de paralisia.

A situação no país ganhou contornos de anarquia. O então ministro das Infraestruturas, Recursos Naturais e Ambiente, Carlos Vila Nova, pediu compreensão aos cidadãos, prometendo "ir melhorando paulatinamente" a normalização no abastecimento de energia elétrica no país, o que não aconteceu.

O Presidente da República, Evaristo Carvalho, pediu, na altura, a abertura de um inquérito para se apurar responsabilidades.

Um grupo de cidadãos interpôs uma queixa-crime na Procuradoria-Geral da República (PGR), acusando a direção de Mário Sousa de gestão danosa.

A queixa-crime contra o ex-diretor-geral da Empresa de Água e Eletricidade surge na sequência de uma entrevista dada pelo sindicato da empresa, referindo-se a um empréstimo bancário no valor de mais de dois milhões de euros contraído pela direção para investimentos na reabilitação das redes elétricas.

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