Eurobarómetro. Voto nas eleições europeias ainda mais importante no atual contexto geopolítico
Mais de oito em cada dez cidadãos europeus (81 por cento) e nove em cada dez portugueses (90 por cento) acreditam que votar é ainda mais importante devido à atual situação geopolítica.
Aliás, em Portugal, 71 por cento dos cidadãos demonstraram não ter conhecimento exato da data em que se realizam estas eleições: 9 de junho.
Para Jaume Duch Guillot, coordenador de comunicação do Parlamento Europeu, este número tem uma explicação: “Bom, explica-se muito facilmente. Esta sondagem foi feita em fevereiro e nessa altura os portugueses estavam concentrados nas eleições nacionais de março. Portanto, é evidente que nessa altura os meios de comunicação social e os próprios partidos políticos não falavam das eleições europeias. Estavam a falar das eleições portuguesas. Tenho certeza de que se a pergunta fosse feita hoje os dados seriam diferentes”.
Temas que europeus querem ver debatidos na campanha
Os portugueses (55 por cento) gostariam de ver a economia e criação de empregos como principal questão a ser debatida durante a campanha eleitoral - uma preocupação acima da média europeia, que é de 31 por cento.
Em Portugal, os cidadãos também dão prioridade à luta contra a pobreza e à exclusão social (52 por cento) e ao apoio à saúde pública (48 por cento) como as principais preocupações a ser debatidas. Em Portugal estes tópicos têm uma importância de cerca de 20 pontos percentuais acima da média da União Europeia.
Também a defesa e segurança da União Europeia surgem no topo das prioridades: em quarto lugar, tanto para a média portuguesa (25 por cento), como para a média europeia (31 por cento). Esta é uma preocupação que aumentou ao longo da legislatura, no seguimento da agressão da Rússia contra a Ucrânia. Ao nível das prioridades da União Europeia seguem-se as questões energéticas e a segurança alimentar e agricultura (ambas com 30 por cento). Em Portugal, 32 por cento dos cidadãos consideram que, para além destas questões, a União deve dar relevo à competitividade, a economia e a indústria.
A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, diz que a mensagem foi recebida: “Nós ouvimos os cidadãos a pedir-nos, aos seus representantes, que concentremos a nossa campanha na luta contra a pobreza e a exclusão social, no reforço dos sistemas de saúde públicos, no apoio à economia, na criação de novos empregos e no reforço da defesa e da segurança da UE”.
Roberta Metsola - Foto: John Thys - AFP
“Os europeus também sentem que a paz e a democracia são os valores motores da União Europeia que o Parlamento deve continuar a defender durante os próximos cinco anos. E assim o faremos”, reforça Roberta Metsola.
No que se refere aos valores europeus que o Parlamento deve seguir, defender a paz aparece como o mais referido. Quarenta e sete por cento dos europeus consideram que é o valor em que a próxima legislatura mais se deve concentrar. São 56 por cento os portugueses que assim pensam.
Seguem-se a democracia, a proteção dos direitos humanos dentro da EU e a nível mundial, a solidariedade entre Estados-membros e a liberdade de expressão e pensamento.
A importância de fazer parte da União Europeia
E qual a importância de pertencer à União Europeia? Uns 65 por cento de europeus referem que sim, que é importante, e 71 por cento consideram que o seu país beneficiou do facto de ser membro da União Europeia. Em Portugal são 88 por cento os que consideram que o país beneficiou por ser membro da União.Portugal é o sexto país onde mais cidadãos olham de forma positiva para o facto de fazerem parte dos 27.
“O dado mais importante sobre Portugal é que nestes últimos anos se tem colocado na linha da frente dos países mais pró-europeus, dos países que melhor entendem que a União Europeia tem um valor agregado muito importante e, certamente, também entre os países que foram tirando as lições apropriadas de tudo o que se foi passando nestes últimos cinco anos”, aponta Jaume Duch Guillot.
Jaume Duch Guillot - Foto: Abdesslam Mirdass/Hans Lucas/Hans Lucas via AFP
Com a aproximação do fim da atual legislatura, este estudo conclui que é em Portugal que o Parlamento Europeu tem uma melhor imagem: são 66 por cento os portugueses que olham para a instituição de forma positiva.
A média europeia é de 41 por cento. Só oito por cento dos portugueses olham para o Parlamento Europeu de forma negativa.
E tem a União Europeia impacto no dia a dia dos cidadãos? Sim diz a maioria, 73 por cento. Sim, dizem 82 por cento dos portugueses – mais que a média europeia que é de 73 por cento, sendo que 19 por cento considera que tem “muito” impacto.
A confiança nas instituições europeias
Mas Portugal é também o quinto país onde mais cidadãos sentem que o nível de vida piorou no que se refere a bens e serviços que conseguem adquirir nos últimos cinco anos. São 56 por cento os que assim pensam, depois da Grécia, da França, do Chipre e de Espanha.
Com este sentimento negativo sobre a qualidade de vida em Portugal em contraste com a imagem muito positiva da união europeia e do Parlamento é possível dizer que os portugueses confiam mais nas instituições europeias que nas autoridades nacionais?
Jaume Duch Guillot responde assim: “O que vejo é que este não é um caso específico de Portugal. Isto está a acontecer em muitos países e não só recentemente, mas também há alguns anos: a confiança nas instituições europeias está acima da confiança nas instituições nacionais. Mas não posso dizer quais são as causas específicas porque provavelmente não são as mesmas em cada país”.
Mais de metade dos cidadãos europeus estão otimistas em relação ao futuro da União Europeia. Em Portugal, três por cento estão muito otimistas, 66 por cento moderadamente.
É assim em praticamente em toda a União Europeia com uma exceção: a França, onde a maioria dos inquiridos (52 por cento) diz que está pessimista em relação ao futuro da Europa.
Mas Portugal é também o quinto país onde mais cidadãos sentem que o nível de vida piorou no que se refere a bens e serviços que conseguem adquirir nos últimos cinco anos. São 56 por cento os que assim pensam, depois da Grécia, da França, do Chipre e de Espanha.
Com este sentimento negativo sobre a qualidade de vida em Portugal em contraste com a imagem muito positiva da união europeia e do Parlamento é possível dizer que os portugueses confiam mais nas instituições europeias que nas autoridades nacionais?
Jaume Duch Guillot responde assim: “O que vejo é que este não é um caso específico de Portugal. Isto está a acontecer em muitos países e não só recentemente, mas também há alguns anos: a confiança nas instituições europeias está acima da confiança nas instituições nacionais. Mas não posso dizer quais são as causas específicas porque provavelmente não são as mesmas em cada país”.
Mais de metade dos cidadãos europeus estão otimistas em relação ao futuro da União Europeia. Em Portugal, três por cento estão muito otimistas, 66 por cento moderadamente.
É assim em praticamente em toda a União Europeia com uma exceção: a França, onde a maioria dos inquiridos (52 por cento) diz que está pessimista em relação ao futuro da Europa.