EUA vetam projeto de resolução da Argélia que exigia cessar-fogo imediato em Gaza
Os Estados Unidos voltaram esta terça-feira vetar um projeto de resolução no Conselho de Segurança das Nações Unidas. É o terceiro bloqueio norte-americano a uma exigência de cessar-fogo imediato desde o início do conflito, a 7 de outubro.
A embaixadora norte-americana junto das Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, explicou que a votação dos Estados Unidos visa impedir que o mesmo possa interferir nas negociações em curso entre os Estados Unidos, Egito, Israel e Catar para alcançar um acordo cessar-fogo e garantir a libertação dos reféns detidos pelo Hamas.
"Qualquer ação que este conselho adote agora deve ajudar, não prejudicar, essas negociações sensíveis em curso. Acreditamos que a resolução em cima da mesa neste momento, teria, de facto, um impacto negativo sobre essas negociações", afirmou a diplomata norte-americana.
Thomas Greenfield argumentou mesmo que a aprovação desta resolução seria "uma ilusão e uma irresponsabilidade".
"Exigir um cessar-fogo imediato e incondicional sem um acordo que exija a libertação dos reféns pelo Hamas não trará uma paz duradoura. Em vez disso, pode prolongar os combates entre o Hamas e Israel", vincou a embaixadora norte-americana.
Não obstante este terceiro veto no Conselho de Segurança, os Estados Unidos prepararam um projeto de resolução alternativo que apela a um "cessar-fogo temporário" e se opõe a uma grande ofensiva terrestre por parte de Israel em Rafah.
A proposta norte-americana, a que a agência Reuters teve acesso na segunda-feira, defende o "apoio a um cessar-fogo temporário em Gaza o mais rapidamente possível, com base na fórmula de libertação de todos os reféns", e apela ao "levantamento de todas as barreiras à prestação de assistência humanitária em grande escala".
Esta é uma proposta inédita a sinaliza uma mudança de posição em Washington. Desde o início do conflito que os Estados Unidos têm rejeitado a expressão "cessar-fogo" em todas as propostas da ONU.
De acordo com a agência Reuters, os Estados Unidos planeiam dar tempo às negociações e não deverão apressar a votação do seu projeto de resolução.
A proposta da Argélia, vetada esta terça-feira pelos Estados Unidos, não vinculava o pedido de cessar-fogo à libertação dos reféns, mas exigia separadamente a sua libertação imediata e incondicional.