EUA vão apresentar ideias concretas na ONU para reduzir tensões na região

por Lusa

Os EUA vão apresentar ideias concretas na Assembleia da ONU para reduzir a tensão entre Israel e o Líbano, revelou hoje um responsável norte-americano, acrescentando que Washington é contra uma incursão terrestre israelita para combater o grupo pró-iraniano Hezbollah.

"Temos ideias concretas que discutiremos esta semana com os nossos aliados e parceiros", destacou à agência France-Presse (AFP) este responsável em Nova Iorque, depois dos ataques israelitas de hoje contra o Hezbollah terem causado 492 mortos no sul do Líbano, incluindo 35 crianças, segundo as autoridades libanesas.

Os acontecimentos no Médio Oriente parecem estar a escalar sem que os Estados Unidos consigam fazer muito, não recorrendo ao seu principal meio de pressão sobre o seu aliado, nomeadamente a entrega de armas, noticiou a AFP.

Fervoroso apoio a Israel, o Presidente norte-americano Joe Biden recusou-se até agora a utilizar este `trunfo`, para além de suspender a entrega de bombas em maio e parece pouco provável que mude de estratégia à medida que se aproximam as eleições presidenciais de 05 de novembro.

No dia mais mortífero em quase um ano de troca de ofensivas entre as duas partes na fronteira comum, milhares de libaneses fugiram da região, e a principal estrada que sai da cidade portuária de Sidon, no sul, ficou cheia de carros que se dirigiam para Beirute, no maior êxodo desde 2006

Trata-se dos piores confrontos entre Israel e o Hezbollah desde a guerra de 2006, que se intensificaram este verão, após um ataque que matou 12 crianças nos Montes Golã, ocupados por Israel desde 1967.

As Forças Armadas de Israel (IDF) referiram hoje à noite que atingiram 1.600 alvos do Hezbollah nas últimas 24 horas, que dispara `rockets` contra Israel há quase um ano, em apoio ao Hamas palestiniano, que trava uma guerra contra Israel na Faixa de Gaza, com consequências catastróficas para a população civil daquele território.

"Nas últimas horas, sob a orientação dos serviços de informação das IDF, a IAF [Força Aérea] atingiu centenas de alvos do Hezbollah, incluindo lançadores, postos de comando e infraestruturas terroristas em numerosas áreas do sul do Líbano", sublinharam as IDF, numa mensagem na rede social Telegram.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou que Israel está a reverter o "equilíbrio de forças" no norte do país, onde está determinado a alcançar condições que permitam o regresso de dezenas de milhares de habitantes deslocados.

O Exército tinha anunciado novos ataques "em grande escala" no vale de Bekaa, um bastião do Hezbollah no leste do Líbano, cujos habitantes, tal como os do sul, foram instados, através de mensagens digitais, a afastar-se de instalações que funcionem como depósitos de armamento do movimento xiita libanês.

O Hezbollah, por seu lado, afirmou ter retaliado com dezenas de `rockets` disparados para o norte de Israel, precisando que tinham como alvo os "principais paióis" do Exército na zona, bem como um quartel militar.

O fogo cruzado entre Israel e o Hezbollah - que prometeu continuar a atacar Israel "até ao fim da agressão em Gaza", abrindo uma segunda frente de batalha na região para o Exército israelita - aumentaram de intensidade desde a vaga de explosões simultâneas de equipamentos de comunicação (primeiro, `pagers` e, depois, `walkie-talkies`), atribuídas a Israel, que em todo o Líbano fizeram 39 mortos e quase 3.000 feridos, a 17 e 18 de setembro, segundo as autoridades libanesas.

Na sexta-feira, o bombardeamento israelita de um edifício nos subúrbios do sul de Beirute matou 16 membros da força de elite do Hezbollah, incluindo o seu líder, Ibrahim Aqil. O balanço total foram 45 vítimas mortais, incluindo civis, de acordo com as autoridades libanesas.

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