EUA reconhecem soberania do Panamá sobre Canal

por Lusa
Pete Hegseth foi o representante dos EUA nas conversações com o Panamá Al Drago - Pool - EPA

O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, reconheceu "a liderança e a soberania inalienável do Panamá sobre o Canal e as suas áreas adjacentes".

A declaração surgiu num comunicado conjunto dos dois países, divulgado na terça-feira, que também reafirmou a decisão do governo panamiano de abandonar a iniciativa chinesa Uma Faixa, Uma Rota.

"O secretário Hegseth recebeu calorosamente o compromisso do Presidente panamiano, José Raúl Mulino, de fazer do Panamá o primeiro país do nosso hemisfério a retirar-se da iniciativa Uma Faixa, Uma Rota e de reduzir a presença problemática da China noutras áreas", referiu a declaração.

"Além disso, o secretário Hegseth reconheceu a liderança e a soberania inalienável do Panamá sobre o Canal do Panamá e as suas áreas adjacentes", lê-se no comunicado, divulgado durante a visita do chefe do Pentágono ao país centro-americano.

Nos últimos meses, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu que a concessão de dois dos cinco portos localizados em redor do Canal a um operador de Hong Kong significa que a via navegável está sob controlo chinês.

Por isso, o republicano manifestou a intenção de recuperar o Canal do Panamá para os EUA, que o construíram no século 20 e o geriram durante mais de oito décadas, até à transferência da via para o Panamá, em 1999.

Na declaração conjunta de terça-feira, o Panamá e os EUA comprometeram-se a identificar "um mecanismo para compensar o pagamento de portagens e taxas" cobrados pelos navios de guerra norte-americanos pela travessia do canal, uma das queixas de Trump.

Em março, a gestora de ativos norte-americana BlackRock anunciou um acordo com a empresa de Hong Kong CK Hutchison para a transferência da concessão portuária, algo que Trump saudou como uma vitória.

 

Tópicos
PUB