Os EUA proibiram na quinta-feira as companhias aéreas do país de sobrevoarem o espaço aéreo controlado por Teerão sobre o Golfo Pérsico e o Golfo de Omã, depois de o Irão ter abatido um drone norte-americano.
Estas restrições, "até novo aviso", são justificadas por um "aumento das atividades militares e aumento da tensão política na região, que representam um risco para as operações da aviação civil dos EUA", acompanhadas de um risco de "erro de identificação", indicou a Administração Federal de Aviação norte-americana.
"O risco para a aviação civil dos EUA é demonstrado pelo míssil iraniano que abateu uma aeronave não tripulada (um drone)", disse a mesma fonte.
Os Estados Unidos confirmaram hoje que um drone de vigilância da Marinha norte-americana foi abatido pelo Irão quando se encontrava em "espaço aéreo internacional".
O comunicado refere que o "drone de vigilância marítima RQ-4A Global Hawk", fabricado pela empresa norte-americana Northrop Grumman, foi "abatido" esta madrugada "por um sistema antiaéreo de mísseis terra-ar iraniano, quando operava em espaço aéreo internacional, sobre o estreito de Ormuz".
O comandante dos Guardas da Revolução, general Qassem Soleimani, disse que o Irão "não tem qualquer intenção" de entrar em conflito com outra nação do mundo, mas garantiu que o país "está pronto para a guerra".
De acordo com os responsáveis pela Defesa americana, "as informações iranianas segundo as quais o engenho aéreo sobrevoava o Irão são falsas".
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já comentou o caso, afirmando que o regime de Teerão cometeu "um enorme erro".
Num comentário curto, feito, como habitualmente, na rede social Twitter, Donald Trump escreveu: "O Irão cometeu um enorme erro!".
Este incidente ocorre num contexto de crescente tensão entre o Irão e os Estados Unidos e depois de, há uma semana, dois petroleiros, um norueguês e um japonês, terem sido alvo de ataques no estreito de Ormuz.
O Irão negou qualquer envolvimento nos ataques e sugeriu que podia tratar-se de um golpe dos EUA para justificar o uso da força contra a república islâmica.
O diferendo entre os Estados Unidos e o Irão dura há bastante tempo e a crispação está a aumentar desde que o Presidente Donald Trump retirou os Estados Unidos, há um ano, do acordo nuclear internacional assinado em 2015 entre os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança - Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China (mais a Alemanha) - e o Irão, restaurando sanções sobre a economia iraniana.