Os Estados Unidos manifestaram na terça-feira a sua "preocupação" com as detenções e manifestações na Turquia, na sequência de um encontro em Washington entre o chefe da diplomacia norte-americana e o seu homólogo turco.
"O Secretário de Estado manifestou a sua preocupação com as recentes detenções e manifestações na Turquia", afirmou o Departamento de Estado num comunicado divulgado após o encontro entre Marco Rubio e Hakan Fidan.
Milhares de pessoas têm saído às ruas em Istambul e noutras cidades turcas nas últimas noites para protestar contra a detenção do presidente da Câmara de Istambul e candidato presidencial do Partido Republicano do Povo (CHP), Ekrem Imamoglu.
O presidente da câmara de Istambul foi detido na quarta-feira passada sob a acusação de corrupção e ligações terroristas, tendo ficado em prisão preventiva no dia anterior. Na véspera, a Universidade de Istambul anulou o seu diploma universitário, uma condição para a sua candidatura presidencial.
A tensão política na Turquia continua a aumentar depois de Erdogan, que está no poder há mais de duas décadas, ter avisado que não iria tolerar "ataques de grupos marginais e `hooligans` urbanos".
A comunidade internacional e organizações internacionais como as Nações Unidas têm criticado a detenção do autarca e de vários manifestantes, incluindo jornalistas.
Entre os detidos encontra-se um fotógrafo da agência francesa France Press, Yasin Akgül, que venceu o prémio de melhor fotógrafo do ano em 2014.
Segundo o ministro do Interior turco, Ali Yerlikaya, 1.418 suspeitos foram detidos na última semana em manifestações consideradas ilegais pelo Governo.
Principal opositor do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, Imamoglu é acusado de corrupção e ligações terroristas, tendo ficado em prisão preventiva.
No domingo, Imamoglu foi eleito candidato do CHP às eleições presidenciais agendadas para 2028.