De forma inesperada, os EUA deram 72 horas à China para encerrar o consulado na cidade de Houston. O Departamento de Estado norte-americano diz que a medida foi tomada para "proteger a propriedade intelectual e informação privada dos norte-americanos". Em resposta, Pequim avisa que esta trajetória de confronto vai levar à tomada de contramedidas.
A decisão foi confirmada pelo dois lados.
De visita à Dinamarca, o secretário de Estado Mike Pompeo repetiu acusações sobre o roubo chinês de propriedade intelectual norte-americana e até mesmo europeia que, disse, está a custar "milhares de postos de trabalho. O Presidente Trump disse que chega, não vamos permitir que isto continue a acontecer".
O que está a acontecer, em concreto, é que não foi esclarecido por Pompeo.
O encerramento do Consulado foi também confirmado pelo lado chinês, com o porta-voz do ministro dos Negócios Estrangeiros a confirmar a "exigência abrupta" dos EUA. Pequim condena a decisão e ameaça retaliar, sem no entanto esclarecer como.
A troca de acusações tem acompanhado esta decisão.
O porta-voz do Departamento de Estado norte-americano adiantou, em comunicado, que "os EUA não vão tolerar violações da nossa soberania e intimidações às nossas pessoas".
Por seu lado, o porta-voz do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros acusou os EUA de estarem a assediar diplomatas e pessoal do Consulado, ou até mesmo de estarem a confiscar material elétrico do pessoal e a interrogarem estudantes chineses.
Meios de comunicação locais adiantaram que nas últimas horas tem saído fumo das chaminés do Consulado, uma indicação de que há documentos que estão a ser queimados.
É preciso, perante esta troca de acusações, enquadrar o momento que se vive.
Primeiro, ao longo dos últimos tempos tem sido notória a tensão entre os dois países, em particular por causa dos acordos de comércio mas também por causa do cerco que os norte-americanos fizeram à chinesa Huawei.
Depois, a poucos meses de presidenciais nos EUA, Trump precisa de dar um sinal de força ao eleitorado em relação à China, tendo em conta a situação no país relacionada com a pandemia e as afirmações do adversário democrata Joe Biden, que promete fazer frente a Pequim caso seja eleito.