EUA e Reino Unido impõem sanções a rede que visa opositores do regime iraniano

por Lusa

Os EUA e o Reino Unido vão sancionar 11 pessoas por ligações a uma rede criminosa que tem como objetivo matar ou raptar no estrangeiro dissidentes e opositores do regime iraniano.

O Departamento de Estado norte-americano disse hoje, em comunicado, que acredita que estes indivíduos estejam "envolvidos numa rede que realizou atos de repressão transnacional, incluindo numerosos assassínios e raptos", incluindo operações no próprio território dos Estados Unidos.

Segundo o Governo norte-americano, esta rede estaria a mando do Ministério de Informações e Segurança do Irão (MOIS), para quem realizariam ações de rapto e assassínio de dissidentes e opositores do regime.

Washington promete "utilizar todos os instrumentos disponíveis para responsabilizar o regime iraniano pelas suas tentativas de alargar a sua repressão a nível internacional, bem como pelos contínuos abusos dos direitos humanos contra o seu próprio povo e pelas suas ações para semear a instabilidade na região do Médio Oriente", refere Mathew Miller, porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, no comunicado hoje divulgado.

De acordo com os serviços de informações dos EUA e do Reino Unido, a rede é liderada pelo traficante de estupefacientes iraniano Naji Ibrahim Sharifi-Zindashti (Zindashti) e opera a mando do MOIS.

"A rede de Zindashti realizou numerosos atos de repressão transnacional, incluindo assassinatos e raptos em múltiplas jurisdições, numa tentativa de silenciar os supostos críticos do regime iraniano", diz um outro comunicado do Departamento do Tesouro dos EUA.

De acordo com o Departamento do Tesouro, também responsável pelas sanções hoje impostas, o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) do Irão há muito que "visa adversários do regime em atos de repressão transnacional fora do Irão, uma prática que o regime acelerou nos últimos anos".

Esta rede tem por alvo dissidentes estrangeiros e opositores internos do regime iraniano, incluindo jornalistas, ativistas e antigos funcionários iranianos, que foram visados por operações de assassínio e rapto, bem como pirataria informática em vários países do Médio Oriente, da Europa e da América do Norte.

"O regime (iraniano) depende cada vez mais de grupos criminosos organizados para promover estas conspirações, numa tentativa de ocultar ligações ao Governo do Irão e manter uma negação plausível", adiantou o Departamento de Tesouro dos EUA.

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