EUA dizem que sanções sobre o Irão estão a dar resultados

por Lusa

Os EUA disseram hoje que as sanções sobre o Irão são eficazes e prometeram intensificar a pressão sobre Teerão, que anunciou a decisão de suspender alguns compromissos assumidos no acordo sobre nuclear assinado em 2015.

"Há sinais de que as sanções sobre o Irão estão a dar resultado, com os seus aliados a queixarem-se de que já não conseguem financiamento para as suas atividades terroristas", afirmou hoje o representante especial dos EUA para o Irão, Brian Hook, durante uma conferência telefónica, a partir de Washington, em que a agência Lusa participou.

"Alguns movimentos terroristas financiados pelo Governo de Teerão têm aparecido a pedir donativos, o que é um bom sinal", esclareceu Brian Hook.

Por isso, os EUA apelam à comunidade internacional para respeitar as sanções impostas ao Irão, nomeadamente o boicote a toda a importação de petróleo iraniano, declarado em 2018 e expandido a todos os países, no passado mês.

"A escolha para os nossos aliados é muito clara: ou fazem negócios com o Irão ou fazem negócios com os EUA", afirmou Brian Hook, quando questionado sobre as resistências de alguns países europeus que se sentem prejudicados com a impossibilidade de comprar petróleo ao Irão.

A reação norte-americana surge depois de o Irão ter anunciado que vai suspender alguns dos compromissos a que está obrigado pelo acordo nuclear assinado em 2015, um ano depois de os EUA terem saído desse mesmo acordo.

Para Brian Hook, a saída dos EUA desse acordo, atribuída à falta de cumprimento por parte do Irão, resultou num aumento da capacidade de pressão sobre o Governo iraniano.

"Do lado de fora desse plano, estamos mais à vontade para impor sanções que julgamos necessárias para que o Governo iraniano se comporte como um regime normal e não como um regime revolucionário", reconheceu o representante especial dos EUA.

Brian Hook justificou ainda a intensificação da presença militar norte-americana na região, nomeadamente com o envio de um porta-aviões, pelo reconhecimento de "ameaças credíveis" desde Teerão contra interesses dos EUA.

"Não queremos uma guerra com o Irão, mas estamos preparados para defender os nossos interesses", afirmou o diplomata, acrescentando que a pressão militar se adicionará à pressão diplomática e à pressão financeira, para alterar o comportamento de Teerão.

"Não queremos mudar o regime no Irão, mas queremos alterar o comportamento do regime no Irão", esclareceu Brian Hook, quando interrogado sobre as reais razões das sanções dos EUA contra o Irão.

O diplomata disse que ainda é muito cedo para os EUA fazerem uma avaliação sobre o anúncio feito por Teerão, de suspender compromissos do acordo nuclear, mas prometeu mais pormenores nos próximos dias.

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