EUA condenam campanha de "repressão transnacional" das autoridades de Hong Kong

por Lusa
Hong Kong continua a colocar em causa liberdades fundamentais Alex Hofford - EPA

Os Estados Unidos condenaram uma "campanha em curso de repressão transnacional por parte do governo de Hong Kong", depois da região especial chinesa ter emitido mandados de detenção de seis ativistas pró-democracia no exílio.

Esta medida é "uma forma de repressão transnacional que ameaça a soberania dos Estados Unidos, os direitos humanos e as liberdades fundamentais das pessoas em todo o mundo", disse o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, em comunicado divulgado na quinta-feira.

Até ao momento, Hong Kong emitiu mandados de detenção de pelo menos 20 antigos advogados e ativistas residentes em países como Canadá, Austrália e Reino Unido.

Seis destes indivíduos, incluindo alguns radicados nos Estados Unidos, foram na terça-feira adicionados à lista de pessoas sob investigação policial por alegados crimes de "conluio com forças estrangeiras" e "incitamento à secessão e subversão".

A lista inclui o comentador político Chung Kim-wah, o fundador da organização Hongkonger Station (Estação de Cidadãos de Hong Kong, com sede no Canadá) Joseph Tay, o antigo líder do grupo estudantil Studentlocalism Tony Chung, uma dirigente do Hong Kong Democracy Council (Conselho Democrático de Hong Kong, sediado nos Estados Unidos) Carmen Lau, o criador de conteúdos na plataforma de vídeos YouTube Victor Ho e a dirigente da Committee for Freedom in Hong Kong Foundation (Fundação Comité para a Liberdade em Hong Kong) Chloe Cheung.

Desde dezembro de 2023 que a polícia de Hong Kong oferece recompensas no valor de um milhão de dólares de Hong Kong (cerca de 120 mil euros) por informações que conduzam à captura dos ativistas residentes no estrangeiro, acusados de crimes contra a segurança nacional da região.

Os Estados Unidos criticaram também a imposição por parte de Hong Kong de novas restrições a sete ativistas pró-democracia exilados, incluindo o cancelamento dos passaportes do território.

"Estas ações demonstram o desrespeito das autoridades de Hong Kong pelas normas internacionais e pelos direitos à liberdade de expressão e de reunião pacífica", disse Miller.

O secretário de Segurança de Hong Kong, Chris Tang, invocou a lei de segurança nacional do território, imposta pelo Governo Central da China em 2020, para aplicar uma série de restrições aos sete ativistas.

A lista é composta pelos antigos deputados Ted Hui e Dennis Kwok, o empresário Elmer Yuen, a diretora da organização Hong Kong Democracy Council, Anna Kwok, as antigas ativistas estudantis Joey Siu Lam e Frances Hui e o advogado Kevin Yam.

As ações impedem a disponibilização ou negociação de fundos, limitam diversas atividades relacionadas com o setor imobiliário e proíbem pessoas, empresas e associações de colaborar com os fugitivos.

 

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