EUA acusam três homens ligados ao Irão de planearem assassinato de Trump antes das eleições
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos anunciou esta sexta-feira acusações contra três homens com ligações ao Irão suspeitos de planearem o assassinato de Donald Trump antes das eleições presidenciais da última terça-feira.
Segundo a Justiça norte-americana, as autoridades iranianas pediram em setembro a um dos homens acusados, Farhad Shakeri, que se concentrasse em vigiar e, em última análise, assassinar Trump.
Shakeri continua a monte no Irão, segundo o Departamento de Justiça.
De acordo com uma queixa criminal apresentada no tribunal federal de Manhattan, se este membro da Guarda Revolucionária do Irão não conseguisse criar um plano antes das eleições, Teerão iria suspender o seu plano por algum tempo, já que se acreditava que Trump iria perder as eleições presidenciais, tornando-se um alvo mais fácil de abater.
Os procuradores acreditam que Shakeri foi inicialmente instruído pelo Corpo de Guardas Revolucionários Islâmicos do Irão de levar a cabo outros assassinatos contra cidadãos americanos e israelitas dentro dos EUA.
No entanto, a 7 de outubro ter-lhe-á sido pedido que se concentrasse apenas em Trump, sendo informado que tinha sete dias para formular um plano de assassinato.
Shakeri, que possui nacionalidade afegã e reside em Teerão, disse aos investigadores que, se não conseguisse elaborar um plano nesse prazo, a Guarda Revolucionária Islâmica esperaria até depois das eleições presidenciais para avançar, pois acreditavam que Trump iria perder.
Os dois outros homens acusados, Carlisle Rivera e Jonathon Loadholt, ambos cidadãos americanos, foram detidos em Nova Iorque e são acusados de ajudar o Governo iraniano a vigiar um outro cidadão americano de origem iraniana.
Segundo o Departamento de Justiça, compareceram pela primeira vez em tribunal na quinta-feira e estão detidos a aguardar julgamento.
"Esforços contínuos do Irão"
O enredo - cujas acusações foram reveladas poucos dias após a vitória de Trump sobre a democrata Kamala Harris - reflete o que as autoridades federais descreveram como esforços contínuos do Irão para atingir funcionários do Governo norte-americano, bem como outras figuras políticas, incluindo Trump, em solo norte-americano.
O procurador-geral Merrick Garland e o diretor do FBI, Christopher Wray, denunciaram esta sexta-feira as contínuas ameaças do Governo iraniano contra os Estados Unidos.
“Há poucos atores no mundo que representem uma ameaça tão grave para a segurança nacional dos Estados Unidos como o Irão”, afirmou Garland.
O Governo dos EUA tem repetidamente levantado preocupações de que Teerão pudesse retaliar contra o ataque de drones dos EUA que, em 2020, matou o general iraniano Qasem Soleimani. Foi Donald Trump quem ordenou esse ataque.
O republicano Donald Trump foi eleito o 47.º Presidente dos Estados Unidos, tendo superado os 270 votos necessários no colégio eleitoral, quando ainda decorre o apuramento dos resultados.
Trump segue também à frente da adversária democrata no voto popular, com 50,7% contra os 47,7% de Kamala Harris.
O Partido Republicano recuperou ainda o Senado (câmara alta da Congresso) ao ultrapassar a fasquia de 51 eleitos, enquanto na Câmara dos Representantes (câmara baixa) os últimos dados indicam que se encontra igualmente na frente no apuramento, com 211 mandatos, a apenas sete da maioria.
c/ agências