Apoio a Huthis no Iémen. Estados Unidos "não têm direito de ditar" política externa do Irão
O chefe da diplomacia iraniana respondeu que os Estados Unidos "não têm direito de ditar" a política externa do Irão, após o líder norte-americano ter ordenado a Teerão que cessasse o apoio aos Huthis no Iémen. Donald Trump deixou avisos ao regime iraniano quanto ao apoio do país aos Huthis, ameaçando que deve acabar imediatamente.
"O Governo norte-americano não tem autoridade nem direito de ditar a política externa do Irão", escreveu Abbas Araghchi na rede social X, apelando ao "fim da matança do povo iemenita".
The United States Government has no authority, or business, dictating Iranian foreign policy.
— Seyed Abbas Araghchi (@araghchi) March 16, 2025
That era ended in 1979.
Biden was last year bamboozled into HANDING OVER UNPRECEDENTED 23 BILLION DOLLARS TO A GENOCIDAL REGIME. More than 60,000 Palestinians killed and the world…
O Irão vai retaliar contra qualquer ataque, avisou também o chefe dos Guardas da Revolução, o exército ideológico do país, depois de o presidente norte-americano ter ameaçado Teerão por apoiar os rebeldes Huthis no Iémen.
"O Irão não procura a guerra, mas se alguém o ameaçar, dará respostas adequadas, resolutas e definitivas" a qualquer ataque, garantiu o general Hossein Salami à televisão estatal.
O presidente dos EUA tinha ordenado no sábado ataques aéreos à capital do Iémen, Sanaa, e prometeu usar uma "força letal esmagadora" até que os rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão, deixem de atacar navios num corredor marítimo vital.
"Os nossos corajosos combatentes estão neste momento a levar a cabo ataques aéreos contra as bases, os líderes e as defesas antimísseis dos terroristas para proteger a navegação, os meios aéreos e navais americanos e para restaurar a liberdade de navegação", afirmou Donald Trump numa publicação nas redes sociais.
"Nenhuma força terrorista impedirá as embarcações comerciais e navais norte-americanas de navegarem livremente pelas vias navegáveis do mundo", frisou.
Foi nesta publicação que Trump advertiu o Irão para deixar de apoiar o grupo rebelde do Iémen, prometendo responsabilizar totalmente o país pelas ações do seu representante.
Os Huthis relataram uma série de explosões no seu território esta noite. As imagens que circulam na Internet mostram nuvens de fumo negro sobre a zona do complexo aeroportuário de Sanaa, que inclui uma vasta instalação militar. A extensão dos danos ainda não é clara.
Os Estados Unidos já confirmaram que atacaram os rebeldes Houthis, do Iémen. Trump ordenou a ofensiva devido aos ataques que este grupo rebelde faz aos navios no Mar Vermelho.
Esta é considerada já a maior operação militar dos Estados Unidos no Médio Oriente desde que Trump assumiu o cargo, em janeiro. Segundo os Houthis, o ataque norte-americano provocou dezenas de mortos.
O presidente dos EUA tinha ameaçado o regime iraniano e avisou que o apoio do país a este grupo rebelde devia acabar imediatamente - orientações sobre a política externa que o Irão rejeitou, advertindo responderá a qualquer ataque.
Os ataques aéreos ocorrem alguns dias depois de os Huthis terem dito que iriam retomar os ataques a navios israelitas que navegam nas águas ao largo do Iémen, em resposta ao bloqueio de Israel a Gaza. Desde então, não se registaram ataques dos Huthis.
Os Estados Unidos, Israel e a Grã-Bretanha já tinham atingido anteriormente áreas controladas pelos Huthis no Iémen. As forças armadas de Israel não quiseram comentar os ataques de hoje, segundo a agência de notícias Associated Press.
"Estes ataques implacáveis custaram aos EUA e à economia mundial muitos biliões de dólares [mil milhões de euros] e, ao mesmo tempo, puseram em risco vidas inocentes", concluiu Trump.