A Administração Trump anunciou esta quinta-feira a saída dos Estados Unidos da UNESCO. A diplomacia norte-americana justifica a decisão com o que considera ser o pendor anti-israelita da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.
A diretora-geral da organização com sede em Paris já veio “lamentar profundamente” a decisão carimbada pelo Departamento de Estado norte-americano, tutelado por Rex Tillerson.
“A universalidade é essencial à missão da UNESCO para construir a paz e a segurança internacionais face ao ódio e à violência, pela defesa dos Direitos Humanos e da dignidade humana”, lê-se num comunicado de Irina Bokova.
Em conformidade com os estatutos da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, a saída norte-americana só se efetivará a partir de 31 de dezembro do próximo ano.
Today, US notified @UNESCO Director-General @IrinaBokova of the US decision to withdraw from the organization. https://t.co/JA9WirHMLE
— Department of State (@StateDept) 12 de outubro de 2017
A decisão, procurou explicar o Departamento de Estado, “não foi tomada de forma ligeira”, espelhando as preocupações da atual Administração norte-americana com contribuições em atraso, “a necessidade de uma reforma fundamental da organização” e uma “continuada” postura “anti-Israel na UNESCO”.
“Afronta à História”
A Administração de Donald Trump havia já ameaçado, no início de julho, reavaliar o estatuto do país na UNESCO, depois de esta organização ter declarado a cidade de Hebron, na Cisjordânia, como “zona protegida”.
A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Nikki Haley, referia-se então ao gesto da organização como “uma afronta à História”, que vinha “desacreditar ainda mais uma agência da ONU já altamente discutível”.O Conselho Executivo da UNESCO é composto por 58 membros.
Já em 2011 Washington deixara de contribuir para o financiamento da UNESCO, como retaliação pela abertura de portas aos palestinianos, que passaram a figurar entre os Estados-membros.
Segundo o Departamento de Estado, a Administração norte-americana continuará atenta a “determinados dossiers importantes geridos pela organização”, nomeadamente “a proteção do património mundial, a defesa da liberdade de imprensa” e o fomento das ciências e da educação.
c/ agências internacionais