A tensão entre Estados Unidos e Houthis não dá sinais de abrandar. Na madrugada desta quinta-feira, as forças militares norte-americanas voltaram a disparar mísseis contra localizações controladas por este grupo no Iémen. Aquele que é o quarto ataque de Washington no espaço de uma semana serviu para atingir 14 mísseis dos Houthis no solo.
“No contexto dos esforços multinacionais em curso para proteger a liberdade de navegação e evitar ataques ao tráfego marítimo dos EUA e dos seus parceiros no Mar Vermelho, no dia 17 de janeiro, aproximadamente às 23h59 (hora de Sanaa), as forças do Comando Central dos EUA realizaram ataques contra 14 mísseis Houthis apoiados pelo Irão que estavam carregados para serem disparados desde áreas controladas pelos Houthis no Iémen”, escreveu o Comando Central dos Estados Unidos no Médico Oriente (Centcom) num comunicado divulgado na rede social X.
U.S. CENTCOM Strikes Houthi Terrorist Missile Launchers
— U.S. Central Command (@CENTCOM) January 18, 2024
In the context of ongoing multi-national efforts to protect freedom of navigation and prevent attacks on U.S. and partner maritime traffic in the Red Sea, on Jan. 17 at approximately 11:59 p.m. (Sanaa time), U.S. Central… pic.twitter.com/MMCQbzr1f7
Segundo o Centcom, “esses mísseis em plataformas de lançamento representavam uma ameaça iminente para navios mercantes e navios da Marinha dos EUA na região e poderiam ter sido disparados a qualquer momento, levando as forças dos EUA a exercer seu direito e obrigação inerentes de se defender”.
“Estes ataques, juntamente com outras ações que tomámos, vão diminuir a capacidade dos Houthis de continuarem os seus ataques imprudentes contra a navegação internacional e comercial no Mar Vermelho, no Estreito de Bab-el-Mandeb e no Golfo de Aden”, refere o comunicado.
Houthis vão “continuar a visar navios”
O ataque da última madrugada aconteceu depois de um drone lançado a partir de áreas controladas pelos Houthis ter atingido um navio dos Estados Unidos no Golfo de Aden.
De acordo com a agência de notícias Saba, as áreas afetadas foram Hodeidah, Taiz, Dhamar, al Bayda e Saada.
A Saba avançou também que aeronaves britânicas estiveram envolvidas no ataque, mas a informação não foi ainda oficialmente confirmada.
Entretanto, os Houthis já garantiram que vão continuar a atacar navios no Mar Vermelho. "Vamos continuar a visar navios que se dirijam para os portos da Palestina ocupada, quaisquer que sejam as agressões americano-britânicas para o tentar impedir", declarou um responsável deste grupo à cadeia de televisão Al-Masirah.
Perto de 30 locais atingidos na semana passada
Ao largo do Iémen, no Mar Vermelho e no Golfo de Aden, estes rebeldes, em guerra há cerca de uma década contra o Governo iemenita, estão a tomar como alvo navios mercantes que considerem ligados a Israel.
Os Houthis dizem realizar estes ataques em solidariedade com os palestinianos de Gaza, território palco da guerra desencadeada pelo exército israelita na sequência do ataque de 7 de outubro, perpetrado pelo movimento islamita Hamas em Israel.
Os crescentes ataques dos Houthis levaram, nos últimos dias, a uma resposta das forças militares norte-americanas e britânicas, visando, na semana passada, perto de 30 locais no Iémen.
Na quarta-feira, Washington voltou a qualificar como "terroristas" os Houthis, apoiados pelo Irão, depois de em 2021, para facilitar a ajuda humanitária, ter retirado o movimento da lista de organizações terroristas.
c/ agências
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