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Estados Unidos aprovam vacina da Pfizer e administração começa em 24 horas

por RTP
Pressões políticas levam os Estados Unidos a aprovar a vacina da Pfizer Bryan Woolston - Reuters

A Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA, em inglês), que regula a comercialização de fármacos nos Estados Unidos, autorizou o uso da vacina da farmacêutica norte-americana Pfizer para prevenir a covid-19. Donald Trump anunciou que a vacina já começou a ser distribuída por todo o país e que a primeira dose será administrada dentro de 24 horas.

"Através da nossa parceria com a Fedex e a UPS, já começámos a enviar a vacina para todos os estados e códigos postais do país; a primeira vacina será administrada em menos de 24 horas", disse Trump num discurso na Sala Oval.

O presidente cessante fez o anúncio minutos depois de a Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA, em inglês), a agência que regula a comercialização de medicamentos, ter autorizado o uso de emergência da vacina da empresa farmacêutica norte-americana Pfizer e da alemã BioNTech para prevenir a covid-19, na noite de sexta-feira.

O anúncio da FDA foi feito pela diretora científica da agência norte-americana, depois de o processo de aprovação ter sido notícia devido às pressões políticas da Casa Branca, que ameaçou demitir o responsável da FDA, caso o organismo não aprovasse a utilização da vacina até ao final de sexta-feira.

Segundo o diário norte-americano Washington Post, o chefe de Gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, ordenou à FDA que apressasse o processo de aprovação da vacina da Pfizer e da alemã BioNTech contra o SARS-CoV-2. Caso contrário, o comissário da FDA, Stephen Hahn, deveria demitir-se.

O jornal citava várias fontes associadas a este processo sob a condição de anonimato, precisando que a ameaça de Washington fez com que a aprovação fosse apressada.
Trump ao ataque
No discurso, Trump explicou ainda que serão os governadores "a decidir para onde irão as vacinas nos seus estados e quem as receberá primeiro".

"Queremos que os nossos idosos, profissionais de saúde e de emergência sejam os primeiros. Isso irá reduzir rápida e dramaticamente as mortes e hospitalizações", acrescentou.

As vacinas estão a ser distribuídas por todo o país como parte do primeiro lote de 2,9 milhões de doses que os responsáveis pela operação de distribuição disseram poder ser enviadas no prazo de 24 horas após a autorização.

A Pfizer também prometeu 25 milhões de doses até final do ano (cada vacina requer duas doses) e, até março, os 100 milhões de doses adquiridas pelo governo Trump por 1,95 mil milhões de dólares.

Poucas horas antes, o presidente cessante dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump, utilizou a rede social Twitter -- um hábito que mantém a um mês e meio de abandonar a Casa Branca -- para dizer que a FDA "continua a ser uma tartaruga grande, velha, lenta".

"Coloque a porcaria das vacinas cá fora já, Dr. Stephen Hahn. Deixe-se de brincadeiras e comece a salvar vidas", criticou Trump.

A autorização da vacina da Pfizer surge numa altura em que os Estados Unidos registam recordes sucessivos de casos e mortes provocadas pelo novo coronavírus, com mais de 200.000 novas infeções diárias nos últimos dias.

Os EUA são o país com o maior número de mortos (294.690) e também de infeções confirmadas (mais de 15,8 milhões).

Trump - derrotado nas eleições presidenciais de 03 de novembro pelo candidato democrata e agora Presidente eleito, Joe Biden - fez da rápida aprovação de uma vacina contra a covid-19 uma das bandeiras da campanha eleitoral, assegurando sucessivamente que seria distribuído um fármaco eficaz antes do final do ano e que os Estados Unidos seriam o primeiro país a receber a vacina.

Contudo, isso acabou por não acontecer, uma vez que o Reino Unido foi o primeiro país a começar a campanha de vacinação da mesma vacina aprovada na sexta-feira em território norte-americano.


c/Lusa

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