O grupo fundamentalista Estado Islâmico em Khorasan (EI-Khorasan) assumiu a responsabilidade pelo ataque que fez pelo menos 10 mortos na quinta-feira numa mesquita no norte do Afeganistão.
O Governo talibão de Cabul afirma ter posto fim ao ramo regional do grupo fundamentalista, mas o EI-Khorasan reivindica regularmente ataques, sobretudo contra as minorias sufis ou xiitas do país, que consideram hereges.
De acordo com o porta-voz adjunto do Governo talibã, Hamdullah Fitrar, o ataque ocorreu na noite de quinta-feira, no distrito de Nahrin, na província de Baghlan, e foi levado a cabo por homens armados não identificados.
As comunidades sufis no Afeganistão passam, frequentemente, noites em mesquitas, como prática de culto.
Hamdullah Fitrar assegurou que estão a ser realizadas investigações para identificar e levar à justiça os autores deste "incidente horrível".
"O Emirado Islâmico condena veemente este terrível ato e considera-o um crime imperdoável", acrescentou o porta-voz.
No seu entender, "este ato foi cometido por esses grupos extremistas que não têm nenhum respeito pelo sangue de outros muçulmanos".
O relator especial da ONU para a situação dos direitos humanos no Afeganistão disse que "uma séria ameaça continua a pairar sobre as minorias religiosas" no país.
Na rede social X, Richard Bennett pediu "mais prevenção, proteção e justiça".
Nos últimos três anos, desde que os talibãs assumiram o controlo do Afeganistão, o ISIS-Khorasan, o ramo afegão do grupo Estado Islâmico, reivindicou a responsabilidade de uma série de ataques contra minorias e membros dos talibãs, tornando-se a maior ameaça à segurança do país.
Grupos minoritários como a comunidade chiita Hazara e os praticantes sufi têm sido alvos frequentes de violência por parte dos grupos extremistas que tentam impor uma interpretação rígida do Islão.
O Governo talibã negou insistentemente que o Estado Islâmico seja uma ameaça à segurança do Afeganistão ou de qualquer outro país, ao mesmo tempo que o sigilo do regime e o controlo rigoroso sobre a imprensa, cortaram o fluxo de informação sobre a situação de segurança no país.