A ausência de Alexander Lukashenko, presidente da Bielorússia, em vários programas oficiais está a motivar especulação sobre o seu estado de saúde. A informação que circula é que terá sido hospitalizado depois de ter visitado Moscovo, durante as celebrações do fim da II Guerra Mundial. Faltou ao almoço com o presidente russo, Vladimir Putin, e falhou o dia nacional, quando os jovens juram fidelidade à bandeira bielorrussa.
Na semana passada, o presidente bielorrusso interrompeu a participação no programa oficial do Dia da Vitória, em Moscovo. É conhecida a cumplicidade com o anfitrião russo, especialmente no que toca à invasão na Ucrânia.Lukashenko tem sido um fiel aliado de Putin, oferecendo desde o ano passado a Bielorrússia como base para as forças russas prosseguirem com os ataques contra Kiev.
Lukashenko falhou o discurso no evento em Minsk que também assinala o fim da II Grande Guerra na Bielorrússia, pela primeira vez da sua Presidência. A ausência de Lukashenko foi também marcante na cerimónia nacional de juramento da bandeira.
A agência de notícias da oposição Euroradio avançou, por sua vez, que Lukashenko foi levado para uma clínica de elite perto de Minsk na noite de sábado, informação também partilhada por outras agências de notícias bielorrussas independentes, que não citaram fontes.
Duma russa confirma informações
A Podyom, publicação digital russa, citou o deputado da Duma (câmara baixa do Parlamento russo) Konstantin Zatulin, que afirmou: “Lukashenko simplesmente adoeceu e provavelmente precisa de descansar. Está doente mas não é covid-19”.
A ajudar à especulação sobre o desaparecimento de Lukashenko dos olhares públicos, está uma reportagem sobre a saúde do presidente plasmada no jornal russo Kommersant.O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia anunciou que o ministro bielorrusso dos Negócios Estrangeiros, Sergei Aleinik, fará uma visita de três dias a Moscovo.
De acordo com a publicação britânica The Guardian, “os media russos raramente publicam histórias sobre a saúde dos líderes da Rússia ou do vizinhos aliados” e, desta feita, citaram o deputado russo Konstantin Zatulin, a par de notícias veiculadas pela oposição bielorrussa.
Lukashenko tem 68 anos e governa a Bielorrússia desde 1994. Venceu a primeira eleição presidencial após o desmembramento da União Soviética.
Desde então manteve o controlo, impondo longas penas de prisão aos opositores. Em 2020, a eleição presidencial foi contestada por uma onda de manifestações antigovernamentais. Lukashenko recebeu apoio de Putin para reprimir os protestos.