"Está normal". Lula da Silva em observação após cirurgia a hemorragia intracraniana

por RTP
O presidente brasileiro, de 79 anos, está em recuperação na unidade de cuidados intensivos Adriano Machado - Reuters

O presidente brasileiro, Lula da Silva, encontra-se internado em São Paulo após uma cirurgia para drenar um hematoma intracraniano, que se desenvolveu num acidente doméstico ocorrido em outubro, adiantou esta terça-feira o Hospital Sírio-Libanês. A intervenção, acrescenta a unidade, decorreu sem problemas.

Em conferência de imprensa ao início desta tarde, a equipa médica indicou que o presidente brasileiro deverá regressar a Brasília já na próxima semana e que não sofreu lesões cerebrais.

“O presidente evoluiu bem, já chegou da cirurgia praticamente acordado, retiraram-lhe os tubos e agora encontra-se estável, a conversar normalmente, a alimentar-se. Deverá ficar em observação nos próximos dias”, declarou o médico Roberto Kalil perante os jornalistas.

“Vai ficar por mais 48 horas na UTI (unidade de cuidados intensivos) para observação. Como disse, ele está bem, a alimentar-se, consciente, está normal. É mais por precaução”, acrescentou.

O neurocirurgião Marcos Stavale disse, por sua vez, que o presidente ficará internado nos próximos dias, mas que depois poderá fazer a vida com normalidade. “Não vai precisar de realizar tomografias todas as semanas”, explicou.

A cirurgia durou cerca de duas horas. Segundo Stavale, o sangramento estava entre o cérebro e as meninges, debaixo da membrana dura-máter. A região foi drenada "e o cérebro está descomprimido e com as funções neurológicas preservadas", adiantou.

A Presidência do Brasil anunciou esta manhã que o vice-presidente Geraldo Alckmin vai assumir o cargo de Lula da Silva enquanto este recupera da cirurgia.
Dor de cabeça motivou ida ao hospital
Luiz Inácio Lula da Silva esteve na segunda-feira na unidade de Brasília do Hospital Sírio-Libanês para ser submetido a um exame, após sentir dores de cabeça.

"A ressonância magnética mostrou hemorragia intracraniana, decorrente do acidente domiciliar sofrido em 19 de outubro", indicou o hospital esta manhã. Resultado que ditou a transferência do presidente do Brasil para São Paulo.

"Neste momento, o presidente encontra-se bem, sob monitorização", avançou o hospital.

Lula da Silva, de 79 anos, ter-se-á sentido indisposto ao final da tarde de segunda-feira e pretendia realizar exames no dia seguinte, mas acabou por antecipar a ida ao hospital devido ao agravamento de uma dor de cabeça.

Uma fonte do gabinete presidencial, que falou à agência Reuters em condição de anonimato, avançou que Lula se queixou do agravamento da dor de cabeça na noite de segunda-feira, durante conversas com líderes do Congresso. O presidente terá terminado a reunião para se dirigir ao hospital em Brasília.
Queda "grave" em outubro
O líder brasileiro caiu em casa no final de outubro, tendo sofrido uma pequena hemorragia cerebral e um traumatismo craniano que necessitou de pontos.

Após o acidente, Lula descreveu o episódio como grave. "Estou bem, sofri um acidente, mas a culpa foi minha. Foi grave, mas não envolveu uma área sensível", disse então Lula.

"Estou a cuidar de mim porque tudo o que tem a ver com a minha cabeça é muito forte (...). Os médicos disseram que eu tinha de esperar pelo menos três ou quatro dias para saber o que é que a pancada tinha feito", explicou.

Os exames realizados no início de novembro mostraram que o seu estado era estável e o presidente brasileiro manteve-se ativo. Recentemente deslocou-se a Montevidéu, capital do Uruguai, para discutir um acordo comercial com os membros da Mercosul.

A lesão do presidente obrigou-o, porém, a cancelar uma viagem à Rússia para uma cimeira do grupo BRICS, já que os profissionais de saúde o aconselharam a evitar temporariamente voos de longo curso.

Marcelo Rebelo de Sousa enviou à Presidência da República brasileira uma mensagem de votos de rápida recuperação. "O presidente da República transmitiu à Presidência brasileira os votos de rápida recuperação do pesidente Lula da Silva e completo restabelecimento", lê-se numa nota do Palácio de Belém.

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