Esquerda Republicana da Catalunha vai viabilizar a investidura de Pedro Sánchez

por RTP
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A decisão foi tomada esta quinta-feira pelo Conselho Nacional do partido e foi aprovada por 96% dos votos. Os 13 deputados da Esquerda Republicana Catalã (ERC) vão abster-se na sessão de investidura, abrindo caminho para a investidura do governo em Espanha.

Em troca, a ERC exigiu que as negociações sobre a situação na Catalunha sejam feitas entre governos, ou seja, entre o governo de Espanha e a Generalitat, o governo regional da Catalunha.

O acordo, de uma folha e meia, determina as negociações bilaterais para ultrapassar o que chama de “conflito político” na Catalunha e abre caminho a uma consulta popular para ratificar um eventual acordo alcançado nessas negociações.

Os encontros deste grupo deverão começar no máximo 15 dias depois da formação do executivo e serão conduzidos por “comissões paritárias”. O documento faz referência ao “respeito pelos princípios que regem o ordenamento jurídico democrático”, mas não faz qualquer referência direta à Constituição espanhola.

“Estamos conscientes que será difícil, não somos ingénuos. Não acreditamos em magia”, admitiu Pere Aragonès, vice-presidente do ERC. Mas adianta que esta “é uma oportunidade para começar a falar de política”.

O PSOE fez um acordo de coligação com o Unidas Podemos. Este será o primeiro governo de coligação desde a restauração da democracia em Espanha.

Esta sexta-feira, a Comissão Executiva Federal do PSOE reúne-se para ratificar o acordo com os independentistas da Esquerda Republicana da Catalunha e apoiar o presidente em exercício, Pedro Sánchez.

O parlamento começa a debater a investidura de Pedro Sánchez a partir das 09h00 de sábado (08h00 em Lisboa), segundo anunciou na quinta-feira a presidente do Congresso de Deputados, Meritxell Batet, depois de anunciado o acordo entre PSOE e ERC.

Depois de concluídas as intervenções dos líderes partidários, será realizada uma votação, marcada para domingo, dia 5 - em voz alta -, para eleger o líder do próximo Governo, sendo que Sánchez deve obter 176 votos a favor. No caso, mais do que provável, de não atingir esse valor, a sessão será suspensa.

Na terça-feira, dia 7, os deputados regressam ao Congresso para nova votação, e Sánchez será reeleito se alcançar a maioria simples. O líder do PSOE já tem 161 votos, mas, para tomar posse do Governo, precisa da abstenção dos 13 deputados da ERC.
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