Espanha lamenta eliminação de site espanhol da Casa Branca

por Inês Geraldo - RTP
Donald Trump já reverteu muitas das medidas de Barack Obama Reuters

Pelo testemunho do ministro dos Assuntos Exteriores e Cooperação, Alfonso Dastis, o governo espanhol mostrou-se contra a supressão do castelhano na página web da Casa Branca, um dia após a tomada de posse de Donald Trump. O governante espanhol disse mesmo tratar-se de uma “má ideia”.

Depois da eliminação dos sites correspondentes às alterações climáticas e dedicados aos direitos LGBT, chegou a vez de o site da Casa Branca em versão espanhola a desaparecer.

Em declarações na Catalunha, Alfonso Dastis remeteu a responsabilidade da página web da Casa Branca para o novo governo que toma posse, mas contestando a sua eliminação:
“A gestão do site da Casa Branca é uma questão interna. No entanto, lamentamos a eliminação da versão espanhola. Não nos parece boa ideia”.

De acordo com o ministro dos Assuntos Exteriores e Cooperação num país em que mais de 52 milhões de pessoas falam castelhano não é boa ideia renunciar a um instrumento importante de comunicação. “Somos a favor do diálogo e quantos mais meios existirem melhor nos parece”, completou Alfonso Dastis.

As contas espanholas relacionadas com a Casa Branca nas redes sociais também foram eliminadas sem haver garantias de que voltem a ser repostas. A Casa Branca não apresenta, de momento, um interlocutor oficial para os assuntos dos hispânicos nos Estados Unidos, como aconteceu com a Administração Obama.

Um dos pontos mais destacados negativamente na nova administração é o facto de não ter qualquer hispânico na sua equipa, algo que não acontece há quase 30 anos.

Durante a campanha eleitoral, Donald Trump fez questão de realçar que nos Estados Unidos se fala inglês e não espanhol. “Temos um país onde, se te queres integrar, tens de falar inglês”, declarou o novo presidente num debate republicano em 2015.
Castelhano será mais falado nos EUA
Apesar de apenas em quatro dias Donald Trump já ter mudado muito daquilo que foram os baluartes da política de Barack Obama, estudos recentes apontam que em 2050, os Estados Unidos vão ser o país com o maior número de hispanófonos.


Foto: Reuters

Apesar de as segundas e terceiras gerações estarem a perder contacto com o idioma dos familiares mais velhos, a verdade é que daqui a pouco mais de 30 anos, os EUA vai tornar-se o país com maior número de pessoas que falam castelhano.

O fenómeno é curioso até pela recente eliminação da página web espanhola da Casa Branca. Com um número oficial de 52 milhões de hispânicos nos Estados Unidos, por volta de 2050, o espanhol deverá ser a segunda língua mais falada em território norte-americano. Algo que não acontece com as novas gerações de falantes italianos, alemães, franceses ou polacos.
Tópicos
PUB