Eslováquia. PM em estado "muito grave"

por Cristina Santos, Ana Sofia Rodrigues - RTP
Conferência de imprensa sobre o estado de saúde do primeiro-ministro eslovaco. Miriam Lapunikova, resposável do hospital (ao centro) e o ministro da Defesa, Robert Kalinak (à direita). Anadolu via AFP

Informações do hospital onde o primeiro-ministro eslovaco está internado revelam que, apesar do estado muito grave, Robert Fico está estável, depois de ter sido atingido a tiro cinco vezes. A tentativa de assassinato, na quarta-feira, revelou profundas divisões políticas no país.

Os responsáveis do hospital da Universidade Roosevelt contam que o primeiro-ministro foi submetido a uma cirurgia de cinco horas e "neste momento a sua condição está estabilizada, mas é realmente muito grave, ele está na unidade de cuidados intensivos”.

O chefe do Governo eslovaco "não está fora de perigo de vida", anunciou em conferência de imprensa o vice-primeiro da Eslováquia, Tomas Taraba, que indicou que as autoridades continuarão a atualizar o estado de saúde de Fico nas próximas horas.

O ministro do Interior, Matus Sutaj Estok, revelou que o autor, que foi detido após o ataque, admitiu que o crime teve motivações políticas.

O governante revelou que o homem não pertence "a nenhum partido extremista, nem de esquerda nem de direita" e que era um `lobo solitário` (um atacante que atua sozinho).
O ministro da Defesa, Robert Kalinak, espera que Robert Fico sobreviva, mas “infelizmente o estado continua muito grave devido à natureza complicada das feridas, mas todos queremos acreditar firmemente que conseguiremos ultrapassar a situação”.

O governo eslovaco convocou para esta quinta-feira uma reunião do conselho de segurança.
 
Há mais de 20 anos que não acontecia uma tentativa de assassinato de um líder político europeu. O ataque foi condenado por vários líderes internacionais com vários analistas políticos a afirmarem que o atentado revela o clima político cada vez mais tenso e polarizado na Europa.

A imprensa eslovaca conta que o autor do atentado, de 71 anos, foi segurança de um centro comercial e, de acordo com o filho, tinha licença de porte de arma.
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