Com o aumento da violência na região e as ameaças dos gangues, os Estados Unidos pediram a Ariel Henry, primeiro-ministro do Haiti, que "acelere" a transição para uma nova "estrutura de governação" e realize eleições. O pedido acontece à medida que os grupos de crime organizado aterrorizam a capital do país, e os grupos de oposição exigem a demissão do chefe de Governo.
Miller explicou ainda que Washington não apela à renúncia do chefe de governo haitiano, mas que considera importante que se avance para uma missão de segurança no país e para a transição de uma nova liderança política, enquanto Ariel Henry está foram do país, devido às ameaças de grupos de crime organizado.
"O que pedimos ao primeiro-ministro haitiano é que faça avançar um processo político que leve ao estabelecimento de um Conselho Presidencial de transição que permita depois a realização de eleições, e achamos que isso é urgente", acrescentaria a embaixadora dos EUA para as Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield.
Henry está em Porto Rico desde terça-feira, onde foi localizado após dias de especulações sobre o seu paradeiro. Antes, esteve no Quénia para assinar um acordo que assegurava uma missão liderada pelo país para restaurar a segurança.
Entretanto, já esta quarta-feira, a imprensa norte-americana avançava que o primeiro-ministro haitiano rumou a Washington para conversações sobre o futuro político do Haiti.
Situação é “mais que insustentável”
O alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) descreveu a situação no Haiti como “mais que insustentável para o povo haitiano”, indicando que este ano já morreram 1.193 pessoas em resultado da violência dos gangues.
Volker Türk apelou ao envio urgente de uma missão multinacional de apoio à sobrecarregada polícia nacional haitiana, sublinhando que “a realidade é tal que, no atual contexto, não existe alternativa para proteger a vida das pessoas”.
A violência dos gangues fez também 692 feridos desde o início de janeiro - “um número chocante”, ainda segundo Türk.
O alto-comissário da ONU descreveu também um sistema de saúde “à beira do colapso”, escolas e empresas encerradas e “crianças cada vez mais exploradas pelos gangues”.
“A economia está asfixiada porque os gangues impõem restrições aos movimentos da população; o principal fornecedor de água potável no Haiti suspendeu as entregas; e pelo menos 313.000 pessoas estão atualmente deslocadas dentro do país”, apontou este responsável das Nações Unidas, citado pela agências.
"Guerra civil sangrenta"
É de realçar que, na terça-feira, o líder de um gangue garantiu que haverá uma “guerra civil sangrenta” se o primeiro-ministro, Ariel Henry, não se demitir.
“Se Ariel Henry não renunciar, se a comunidade internacional continuar a apoiá-lo, caminharemos diretamente para uma guerra civil que levará ao genocídio”, ameaçou Jimmy Chérizier, em conferência de imprensa.
O Conselho de Segurança da ONU impôs sanções a Chérizier, também conhecido como “Barbecue”, antigo agente da polícia de 46 anos e líder do G9, alegadamente o grupo armado mais poderoso do Haiti.
"Devemos unir-nos. Ou o Haiti se torna um paraíso para todos nós, ou um inferno para todos nós", disse Chérizier, rodeado por homens encapuzados e equipado com um colete à prova de balas e uma arma.
Os grupos criminosos, que controlam a maior parte da capital, Port-au-Prince, bem como as estradas que a ela conduzem, atacam há vários dias locais estratégicos do país mais pobre das Caraíbas: a academia de polícia, o aeroporto e várias prisões, de onde conseguiram fugir milhares de reclusos.
No sábado, bandos armados atacaram as duas maiores prisões do Haiti, La Capitale e Croix des Bouquets, de onde terão fugido cerca de 3.600 reclusos, muitos deles líderes de bandos. A fuga levou a uma nova escalada de violência que já provocou 15 mil deslocados nos últimos dias, disse na terça-feira o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric.
As tensões começaram a 29 de fevereiro, depois de o primeiro-ministro das Bahamas, Phillip Davis, ter dito que Henry se tinha comprometido a realizar eleições até 31 de agosto de 2025, enfurecendo os líderes dos bandos que exigem a demissão do chefe do governo, que devia ter deixado o cargo no início de fevereiro.
O alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) descreveu a situação no Haiti como “mais que insustentável para o povo haitiano”, indicando que este ano já morreram 1.193 pessoas em resultado da violência dos gangues.
Volker Türk apelou ao envio urgente de uma missão multinacional de apoio à sobrecarregada polícia nacional haitiana, sublinhando que “a realidade é tal que, no atual contexto, não existe alternativa para proteger a vida das pessoas”.
A violência dos gangues fez também 692 feridos desde o início de janeiro - “um número chocante”, ainda segundo Türk.
O alto-comissário da ONU descreveu também um sistema de saúde “à beira do colapso”, escolas e empresas encerradas e “crianças cada vez mais exploradas pelos gangues”.
“A economia está asfixiada porque os gangues impõem restrições aos movimentos da população; o principal fornecedor de água potável no Haiti suspendeu as entregas; e pelo menos 313.000 pessoas estão atualmente deslocadas dentro do país”, apontou este responsável das Nações Unidas, citado pela agências.
"Guerra civil sangrenta"
É de realçar que, na terça-feira, o líder de um gangue garantiu que haverá uma “guerra civil sangrenta” se o primeiro-ministro, Ariel Henry, não se demitir.
“Se Ariel Henry não renunciar, se a comunidade internacional continuar a apoiá-lo, caminharemos diretamente para uma guerra civil que levará ao genocídio”, ameaçou Jimmy Chérizier, em conferência de imprensa.
O Conselho de Segurança da ONU impôs sanções a Chérizier, também conhecido como “Barbecue”, antigo agente da polícia de 46 anos e líder do G9, alegadamente o grupo armado mais poderoso do Haiti.
"Devemos unir-nos. Ou o Haiti se torna um paraíso para todos nós, ou um inferno para todos nós", disse Chérizier, rodeado por homens encapuzados e equipado com um colete à prova de balas e uma arma.
Os grupos criminosos, que controlam a maior parte da capital, Port-au-Prince, bem como as estradas que a ela conduzem, atacam há vários dias locais estratégicos do país mais pobre das Caraíbas: a academia de polícia, o aeroporto e várias prisões, de onde conseguiram fugir milhares de reclusos.
No sábado, bandos armados atacaram as duas maiores prisões do Haiti, La Capitale e Croix des Bouquets, de onde terão fugido cerca de 3.600 reclusos, muitos deles líderes de bandos. A fuga levou a uma nova escalada de violência que já provocou 15 mil deslocados nos últimos dias, disse na terça-feira o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric.
As tensões começaram a 29 de fevereiro, depois de o primeiro-ministro das Bahamas, Phillip Davis, ter dito que Henry se tinha comprometido a realizar eleições até 31 de agosto de 2025, enfurecendo os líderes dos bandos que exigem a demissão do chefe do governo, que devia ter deixado o cargo no início de fevereiro.
C/ agências